O CNS segue reafirmando a
importância da verdade em meio a um cenário onde notícias falsas podem
comprometer a saúde da população
O Conselho Nacional de Saúde
(CNS) reforça aos veículos de comunicação que a recomendação n° 41/2020,
publicada em 21 de maio, pede ao Ministério da Saúde (MS) que proceda ampla
divulgação das evidências científicas referentes às Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde (PICS) durante a pandemia. Em nenhum momento há
orientação, por parte do CNS, em propor as PICS como tratamento medicamentoso
em substituição aos protocolos definidos internacionalmente pela comunidade
científica para Covid-19.
Ao mesmo tempo, o CNS
criticou, em nota técnica publicada dia 22 de maio, o documento do MS sobre a
Cloroquina e a Hidroxicloroquina, que carece de respaldo técnico-científico
para a indicação de tais medicamentos na prevenção ou nos estágios iniciais da
doença. A justificativa é simples: até o momento, não existem evidências
robustas sobre estes medicamentos que possibilitem a indicação de uma terapia
farmacológica específica com os mesmos. O CNS também levou em conta os resultados
de pesquisas
que demonstram a possibilidade de severos efeitos colaterais.
Portanto, reivindicamos que os
veículos de comunicação não publiquem a narrativa equivocada, que dá a entender
que o controle social na Saúde está propondo PICS no lugar da Cloroquina e
Hidroxicloroquina ou no lugar de qualquer outro medicamento. Isso abre margem
para mais difusão de fake news sobre o tema e induz ao erro. As PICS, durante a
pandemia, são aplicadas para melhoria da qualidade de vida, com resultados
evidentes no autocuidado, equilíbrio mental e emocional em tempos de
isolamento, podendo ser utilizadas pelas equipes que assistem os pacientes,
familiares e profissionais; e não como método de cura, como tem sido induzido
em algumas matérias publicadas recentemente.
A recomendação das PICS pede
que o MS disponibilize a produção de materiais de comunicação para gestores,
trabalhadores e usuários com informações atualizadas sobre o uso adequado das
PICS neste momento, considerando a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares, de 2006, e as evidências científicas produzidas pela Rede de
Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI) Américas, pelo
Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (Cabsin) e pelo Centro
Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde
(Bireme/Opas/OMS) sobre o uso das práticas neste momento de pandemia.
O CNS segue reafirmando a
importância da verdade em meio a um cenário onde notícias falsas podem
comprometer a saúde da população.
Conselho Nacional de Saúde
Foto: saude.ig
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