Lançada hoje (6) a estratégia
nacional de vigilância epidemiológica e laboratorial para a COVID-19. Objetivo
é realizar 46 milhões de testes, o que representa cerca de 22% da população brasileira
Como parte do esforço do
Governo Federal para ampliar a testagem do coronavírus no Brasil, o Ministério
da Saúde lançou, nesta quarta-feira (6), em Brasília (DF), o programa
Diagnosticar para Cuidar. A estratégia nacional de vigilância epidemiológica e
laboratorial para a COVID-19 visa a realização de 46 milhões de testes neste
ano, o que representa cerca de 22% da população brasileira. O programa, que
traz fases de atuação durante todo o ano, tem o objetivo de avaliar o
comportamento do vírus no país, assim como a velocidade da expansão da infecção
ao longo do tempo e por região.
O plano é dividido em duas
frentes: a “Confirma COVID-19”, que irá utilizar o teste RT-PCR (biologia
molecular). Este método identifica o vírus em amostras respiratórias em até
sete dias do início dos sintomas, ou seja, quando o vírus está agindo no
organismo do paciente. Para essa frente, serão testadas apenas as pessoas com
sintomas da doença, sejam leves, moderados ou graves.
A segunda frente é o “Testa
Brasil”, que irá alavancar o uso dos testes rápidos (sorologia) no país para
entender a progressão do vírus. Esse teste identifica a resposta do organismo à
infecção pela COVID-19, ou seja, o anticorpo. Ele deve ser feito a partir do
oitavo dia de início dos sintomas, tempo suficiente para que o organismo
desenvolva defesa contra o vírus. Serão testadas as pessoas com sintomas da
doença.
Já as pessoas sem sintomas da
doença poderão ser testadas por meio de inquéritos como a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. Assim,
todas as pessoas entrevistadas para o estudo serão testadas com o teste rápido.
“A pesquisa possibilitará a
obtenção de dados mais precisos sobre o contágio e sintomas da COVID-19 no
território brasileiro, além de informações socioeconômicas da população para
identificar o fluxo da doença e como ela evolui nas diferentes regiões
brasileiras”, informou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde, Wanderson de Oliveira.
Para viabilizar a ampliação da
testagem, as parcerias público-privadas com redes de laboratórios serão
essenciais para o aumento da capacidade de processamento das amostras
respiratórias. “Nós vamos acompanhar os períodos de maior necessidade de
testagem, que deve ser junho pela sazonalidade dos vírus respiratórios. Hoje já
temos uma capacidade de realização de 12 mil testes RT-PCR por dia e poderemos
chegar até a 70 mil testes por dia nos períodos mais críticos da doença”,
informou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Com o aumento da testagem o
número de casos da doença no país aumentará diminuindo a subnotificação da
doença. “A partir de 25 de maio, iniciaremos a estratégia de testagem em grande
volume. Vamos zerar a fila de testes e isso vai gerar o aumento de casos. Além
disso, nas cidades com mais de 500 mil habitantes, teremos as unidades de
coleta emergencial onde serão coletadas amostras de modo rápido e a pessoa
receberá o resultado pelo celular”, informou Wanderson de Oliveira.
DIAGNOSTICAR PARA CUIDAR
A estratégia nacional para
testagem do coronavírus é dividida em cinco fases: implantação, parceria
público-privada, ampliação, desaceleração e legados. A primeira fase, de
implantação, aconteceu nos meses de janeiro, fevereiro e março e teve como
principais iniciativas a parceria entre o Ministério da Saúde e a Organização
Pan-americana da Saúde (OPAS); capacitação dos 27 Laboratórios Centrais de
Saúde Pública (LACEN); capacitação laboratorial de países vizinhos; início da
produção de testes pela Fiocruz; e a parceria com laboratórios de instituições
públicas como o Ministério da Agricultura e Pecuária e Embrapa.
A segunda fase, que trata da
parceria público-privada, teve início no mês de abril e continua até o mês de
maio. Nesta etapa destaca-se o contrato firmado com a rede de laboratórios DASA
para processamento de até três mil testes RT-PCR por dia dentro da estratégia
“Confirma COVID-19”. O quantitativo pode ser ampliado de acordo com a
disponibilidade de equipamentos e entrada de outras empresas no projeto.
Já a terceira fase, chamada de
ampliação, está programada para acontecer nos meses de junho, julho e agosto
com o aumento da capacidade de realização dos testes. Nesta etapa estima-se a
realização de 13 milhões de testes RT-PCR e 8 milhões de testes sorológicos.
A desaceleração ocorrerá em
setembro e outubro e faz parte da quarta fase do plano. Nesta etapa será
realizada a avaliação do perfil de ocorrência do vírus no período de
sazonalidade de vírus respiratórios, com previsão da realização de cerca de 3
milhões de testes RT-PCR e 2 milhões de testes sorológicos.
Por fim, o legado, como quinta
e última fase, ocorrerá nos meses de novembro e dezembro com a distribuição dos
equipamentos recebidos por doação ou aquisições para a Rede Nacional de
Laboratórios de Saúde Pública. Além disso, haverá a atualização do Sistema de
Vigilância de Síndrome Respiratória Aguda Viral e outras lições aprendidas
durante todas as fases da pandemia.
Por Luísa Schneiders e Nicole
Beraldo, da Agência Saúde
Atendimento
à imprensa
(61) 3315-2745 / 2351
0 comentários:
Postar um comentário