Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz)
A Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) encaminhou, na manhã desta quarta-feira (6/5), um relatório ao
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em resposta à
solicitação do órgão realizada em 3 de maio. O documento consolida um
posicionamento da Fiocruz a respeito da adoção de medidas rígidas de isolamento
social no âmbito territorial do estado do Rio de Janeiro.
Com base em análises
técnico-científicas e como parte de seu compromisso com a vida, com o Sistema
Único de Saúde (SUS) e com a saúde da população, a Fiocruz considera urgente a
adoção de medidas rígidas de distanciamento social e de ações de lockdown no
estado do Rio de Janeiro, em particular na região metropolitana, visando à
redução do ritmo de crescimento de casos e a preparação do sistema de saúde
para o atendimento adequado e com qualidade às pessoas acometidas com as formas
graves da Covid-19.
Os especialistas da
instituição projetam que, caso não sejam tomadas medidas mais rígidas de
distanciamento social no estado do Rio de Janeiro, haverá um agravamento da
situação epidemiológica e de insuficiência de leitos no mês de maio de 2020,
que pode se prolongar e levar a um número expressivo de mortes que poderiam ser
evitadas.
Segundo o documento, as
medidas de lockdown devem ser adequadas às realidades epidemiológicas e dos
sistemas de saúde das diferentes das cidades do estado sem que, no entanto,
sejam implantadas de forma isolada. Para eles, elas devem considerar não
somente o número registrado de casos e óbitos, mas principalmente a tendência
da epidemia em cada região do estado, a disponibilidade de leitos e
equipamentos, a adequação do quadro de profissionais de saúde, bem como a
adesão dos cidadãos e dos estabelecimentos comerciais e industriais a estas
medidas.
O relatório considera ainda a
importância de intensa articulação das diferentes esferas de governo para a
implantação dessas medidas rígidas de isolamento no estado e da adoção de
medidas de apoio econômico e social às populações vulneráveis, particularmente
as que dependem de trabalho informal ou precário, bem como suporte a pequenas
empresas que geram empregos e podem sofrer grande impacto da pandemia.
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