Autor Tote Nunes
Fotos Antonio Scarpinetti
Edição de imagem Alex Calixto
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Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, foi recebida pelo reitor Antonio Meirelles, pelo pró-reitor de Pesquisa João Marcos Romanos e pelo chefe de gabinete Paulo César Montagner
Considerada uma das mais
destacadas instituições de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, a
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) quer ampliar colaborações com a Unicamp.
Segundo a presidente da instituição, Nísia Trindade Lima, que participou
nesta terça-feira (18) do 46º Encontro Anual da Anpocs (Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), sediado na Unicamp, as
instituições mantêm várias linhas de pesquisa conjunta, mas existe a intenção
de ampliar essas parcerias para novas áreas.
Uma delas, segundo informou
Nísia Trindade, seria a área do pós-covid e da preparação de frentes para
enfrentamento de novas emergências. “Hoje temos centros de pesquisa dedicados à
covid e a emergências sanitárias. Na área de covid, temos uma linha de pesquisa
de pós-covid, e a Unicamp, com toda a excelência na área de atenção hospitalar,
pode reforçá-la. Além disso, toda a área de ciência de dados”, disse a
presidente da Fiocruz.
“A Fiocruz tem expertise na
área dos laboratórios de referência que fazem vigilância genômica, antecipação
de diagnóstico, identificação de circulação de vírus, e tudo isso, mas podemos
pensar de maneira conjunta”, acrescentou ela. “Eu diria que não é pensar só a
covid, mas que ainda há muitas perguntas sem respostas, e a colaboração
científica neste sentido é fundamental. O fenômeno da covid longa e a
preparação frente à possibilidade de novas emergências também são muito
importantes”, continuou a presidente.
Em audiência com o reitor da
Unicamp, Antonio Meirelles, e o pró-reitor de Pesquisa, João Marcos Travassos
Romano, Nísia Trindade reforçou a ideia de ampliação das colaborações. Os três
decidiram promover um novo encontro – provavelmente em fevereiro do ano que vem
–, em que os pró-reitores, diretores e chefes de pesquisa das duas instituições
irão se encontrar para a definição de novas linhas de pesquisa conjunta.
Nísia Trindade e o reitor Antonio Meirelles: uma das linhas de pesquisa conjunta poderia ser sobre pós-covid e a preparação de frentes para enfrentamento de novas emergências
Transversalidade de
conhecimentos
Nísia Trindade afirmou que,
como a Fiocruz é dedicada à saúde coletiva e pública, essa condição exige a
transversalidade de conhecimentos. Por conta disso, a instituição está sempre
em busca de novas colaborações. Ela lembrou de duas grandes linhas de
pesquisa já em desenvolvimento em parceria com a Unicamp. Uma delas é o
trabalho em torno do complexo econômico e industrial da saúde – uma colaboração
entre o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz e o Instituto de Economia da
Unicamp –, por meio do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do
Trabalho).
Segundo ela, a colaboração
nessa área envolve uma discussão sobre desenvolvimento sustentável e a
autonomia do país nos insumos de saúde, casos de vacinas, medicamentos,
equipamentos. Uma segunda linha se refere, em particular, à área da saúde
da mulher, com ênfase na saúde materna. Trata-se de uma colaboração de longa
data em torno do programa “Nascer no Brasil” – que vem estudando as condições
sociais e de saúde envolvendo o parto no Brasil.
“Em todas as áreas do
conhecimento é possível pensar em parcerias que favoreçam a saúde coletiva,
desde as ciências sociais e humanas às exatas, de modelagens matemáticas, cada
vez mais importantes nos estudos relacionados à saúde, e, naturalmente, no
campo biomédico, na área da saúde, em que a Unicamp é muito forte também”,
disse a presidente.
O reitor Antonio Meirelles e o pró-reitor João Romano reiteram a intenção da Unicamp de ampliar as parcerias. “Faremos um encontro em que, além da reitoria, possam estar presentes diretores de departamentos e pesquisadores dos dois lados, para que possamos vislumbrar muitos outros trabalhos em conjunto”, disse o reitor.
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