Deputados e convidados
discutiram, em audiência muito esvaziada, a intenção do governo de fechar as
unidades próprias da Farmácia Popular, que fornecem medicamentos de forma
gratuita ou pelo valor de curso
Debatedores ouvidos, nesta
quinta-feira (13), na Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados
cobraram mais esclarecimentos do governo federal sobre mudanças no Programa
Farmácia Popular.
O governo anunciou que as
unidades próprias da Farmácia Popular, que fornecem medicamentos de forma
gratuita ou pelo valor de custo, seriam fechadas até agosto.
O Ministério da Saúde
justifica que os gastos com a compra de medicamentos representavam apenas 20%
do orçamento de R$ 100 milhões do programa. O restante, ou R$ 80 milhões, eram
gastos na manutenção de infraestrutura das farmácias.
Com a decisão, essa verba será
encaminhada para estados e municípios para a compra de remédios.
Informações mais claras
A deputada Carmen Zanotto
(PPS-SC) apoiou a iniciativa, mas cobrou informações mais claras: "Está
dando a sensação para a população que não tem mais o Programa Farmácia Popular,
mas, no meu entendimento, o que não está tendo mais é a Farmácia Popular
Própria, aquela onde o espaço é público, onde os farmacêuticos são servidores
públicos ou contratados".
Já o representante da
Confederação Nacional de Municípios, Denílson Magalhães, pediu que o Ministério
da Saúde aumente a parceria com farmácias e drogarias da rede privada, antes de
fechar as lojas próprias da farmácia popular.
"O Farmácia Popular na
rede privada garante acesso à população que tem um poder aquisitivo um pouco
melhor e que pode pagar pelo medicamento na farmácia. Isso ajuda muito os
municípios, os estados e a União e principalmente garante à população
assistência farmacêutica adequada", afirmou.
Dificultar acesso
Para o Presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald dos Santos, a decisão de fechar as farmácias populares pode dificultar o acesso da população aos medicamentos.
Para o Presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald dos Santos, a decisão de fechar as farmácias populares pode dificultar o acesso da população aos medicamentos.
“Uma das principais contratações
que o povo brasileiro fez na Constituição de 88 foi estabelecer um Estado que
pudesse promover a proteção social. E a proteção social é justamente o que esse
indicador do fechamento da farmácia popular está apontando que está ameaçado”,
ressaltou.
Lojas próprias
Durante a audiência na Comissão de Seguridade Social, o representante das indústrias farmacêuticas, Bruno de Abreu, alertou para a necessidade de manter as lojas próprias de farmácias populares em municípios onde ainda não existe rede privada.
Durante a audiência na Comissão de Seguridade Social, o representante das indústrias farmacêuticas, Bruno de Abreu, alertou para a necessidade de manter as lojas próprias de farmácias populares em municípios onde ainda não existe rede privada.
Reportagem - Emanuelle Brasil,
Edição - Newton Araújo, Foto - Cleia Viana, Agência Câmara Notícias
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