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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

HOSPITAIS FEDERAIS DO RIO DE JANEIRO PODERÃO SER UTILIZADOS COMO LABORATÓRIOS PARA PROGRAMAS DE SAÚDE


O governo de Jair Bolsonaro pretende usar os seis hospitais federais e os três institutos localizados no estado do Rio como laboratório para as medidas de gestão que pretende implementar na área da Saúde. O futuro ministro da área, Luiz Henrique Mandetta, explicou ao GLOBO que a intenção é iniciar o governo com uma força-tarefa atuando para melhorar o funcionamento destas unidades.

— A ideia é cuidar melhor dos hospitais que são de responsabilidade da União. Para poder cobrar dos hospitais que são de responsabilidade de estados e municípios, a gente precisa começar mostrando que existem bons hospitais próprios da União. Esses hospitais tem que cumprir o objetivo para o qual são feitos.

Não gosto de falar em hospital modelo porque o Brasil é heterogêneo, mas eu não posso cobrar de outros hospitais quando um hospital federal deixa medicamentos vencer, não tem fila organizada, não tem padrão de cirurgia eletiva organizada, a porta de entrada está feia. Então são hospitais caros, que têm recurso público e que precisam melhorar — disse o futuro ministro.

Mandetta afirmou que a equipe de transição lhe questionou qual seria o melhor caminho para iniciar as mudanças e daí surgiu a ideia de iniciar os trabalhos pelo Rio.

— O que eles me pediram foi: por onde começar algumas ações de saúde que sejam emblemáticas? E o Rio é onde temos os hospitais federais, são seis, e mais os três institutos. E as características nos últimos anos desses hospitais e institutos foram inúmeras situações de problemas de corrupção, de operações de polícia, tivemos problemas na gestão de leitos, de fragilidade na gestão. Então eu sugeri que pudesse começar por uma grande força-tarefa nos seis hospitais federais e nos três institutos trabalhando com processos de gestão mais unificados, fazendo uma central única de compras para poder ter uma maior escala de compras, colocando poder gerencial na mão daquelas pessoas que têm histórico de gestão hospitalar — afirmou Mandetta.

O futuro ministro diz que será estudada a possibilidade de contar com ajuda de instituições privadas, como a Fundação Falconi e a Fundação Getúlio Vargas, e de instituições filantrópicas que têm expertise em gestão hospitalar, como Sírio-Libanês e Albert Einstein. O ministro espera contribuição delas com ferramentas e mecanismos para melhorar o funcionamento dos hospitais e institutos.

Ele observou ainda que o papel dos institutos  é, também, de difundir políticas para suas áreas. Ele espera que o Instituto Nacional do Câncer (Inca), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e o Instituto Nacional de Cardiologia sejam capazes de criar protocolos aplicáveis em outras unidades

O Globo - Eduardo Brescian - Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo                                                                                                                                             


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