O governo de
Jair Bolsonaro pretende usar os seis hospitais federais e os três
institutos localizados no estado do Rio como laboratório para as medidas de
gestão que pretende implementar na área da Saúde. O futuro ministro da área,
Luiz Henrique Mandetta, explicou ao GLOBO que a intenção é iniciar o governo
com uma força-tarefa atuando para melhorar o funcionamento destas unidades.
— A ideia é cuidar melhor
dos hospitais que são de responsabilidade da União. Para poder cobrar dos
hospitais que são de responsabilidade de estados e municípios, a gente precisa
começar mostrando que existem bons hospitais próprios da União. Esses hospitais
tem que cumprir o objetivo para o qual são feitos.
Não gosto de falar em hospital
modelo porque o Brasil é heterogêneo, mas eu não posso cobrar de outros
hospitais quando um hospital federal deixa medicamentos vencer, não tem fila
organizada, não tem padrão de cirurgia eletiva organizada, a porta de entrada
está feia. Então são hospitais caros, que têm recurso público e que precisam
melhorar — disse o futuro ministro.
Mandetta afirmou que a equipe
de transição lhe questionou qual seria o melhor caminho para iniciar as
mudanças e daí surgiu a ideia de iniciar os trabalhos pelo Rio.
— O que eles me pediram foi:
por onde começar algumas ações de saúde que sejam emblemáticas? E o Rio é onde
temos os hospitais federais, são seis, e mais os três institutos. E as
características nos últimos anos desses hospitais e institutos foram inúmeras
situações de problemas de corrupção, de operações de polícia, tivemos problemas
na gestão de leitos, de fragilidade na gestão. Então eu sugeri que pudesse
começar por uma grande força-tarefa nos seis hospitais federais e nos três
institutos trabalhando com processos de gestão mais unificados, fazendo uma
central única de compras para poder ter uma maior escala de compras, colocando
poder gerencial na mão daquelas pessoas que têm histórico de gestão hospitalar
— afirmou Mandetta.
O futuro ministro diz que será
estudada a possibilidade de contar com ajuda de instituições privadas, como a
Fundação Falconi e a Fundação Getúlio Vargas, e de instituições filantrópicas
que têm expertise em gestão hospitalar, como Sírio-Libanês e Albert Einstein. O
ministro espera contribuição delas com ferramentas e mecanismos para melhorar o
funcionamento dos hospitais e institutos.
Ele observou ainda que o papel
dos institutos é, também, de difundir políticas para suas áreas. Ele
espera que o Instituto Nacional do Câncer (Inca), Instituto Nacional
de Traumatologia e Ortopedia (Into) e o Instituto Nacional de Cardiologia
sejam capazes de criar protocolos aplicáveis em outras unidades
O Globo - Eduardo
Brescian - Foto: Guilherme Pinto / Agência O
Globo
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