O deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), ex-ministro do Trabalho, será
presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A indicação do parlamentar
vem dos futuros ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), e da Casa
Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). a sugestão do nome teve o aval do presidente
eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que faz boa avaliação da gestão do parlamentar.
À frente do Ministério do Trabalho, Nogueira foi protagonista na
formulação da reforma trabalhista encaminhada pelo governo do presidente Michel
Temer (MDB) ao Congresso Nacional. O texto foi modificado no substitutivo do
relator da matéria na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), mas
parte da espinha dorsal do texto, a prevalência do “acordado sobre o
legislado”, foi mantida.
A ida de Nogueira para a Funasa sela, pelo menos por enquanto, uma
polêmica no processo de transição. O governo eleito estudou migrar a autarquia
vinculada ao Ministério da Saúde para outra pasta, ou até mesmo extingui-la.
Oficialmente, ninguém comentou a possibilidade. O próprio Mandetta não falou
sobre tal hipótese, disse apenas que tudo estava sendo meticulosamente estudado.
Uma possível transferência da Funasa ou até extinção do órgão
preocupou servidores e demais colaboradores que confidenciaram que Mandetta
avaliava não ter necessidade manter a estrutura diante da existência de um
ministério com a atribuição das atividades exercidas pela autarquia, o de
Desenvolvimento Regional.
A Funasa foi criada há 28 anos para promover saneamento básico à
população, uma das atribuições do futuro ministério do Desenvolvimento
Regional. Mandetta avaliou a situação da autarquia com base em estudos e
análises do Tribunal de Contas da União (TCU). No fim das contas, o futuro
ministro da Saúde e Lorenzoni avaliaram que será positivo absorver a expertise
de Nogueira no governo.
“Ronaldo é do Rio Grande do Sul e tem alinhamento com Onyx. Além da
proximidade, a gestão desempenhada à frente do Trabalho foi bem avaliada para a
decisão, que teve o respaldo de Mandetta”, afirmou um integrante da transição.
A decisão pegou de surpresa até mesmo superintendentes estaduais
da Funasa. Quatro deles foram procurados pelo Blog e não
estavam sabendo da novidade.
RODOLFO COSTA E OTÁVIO AUGUSTO
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