Diante dos primeiros casos
suspeitos do vírus Monkeypox no Brasil, a Fiocruz, por meio do Instituto de
Biologia Molecular do Paraná (IBMP), uniu esforços em mais uma iniciativa
pioneira e produziu, em uma semana, controles positivos para auxiliar no
diagnóstico seguro da doença. Os primeiros reagentes foram entregues à
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundial
da Saúde (OMS), para serem distribuídos em, ao menos, 20 países. Outra remessa
de controles positivos foi distribuída hoje (8/6) aos laboratórios de
referência do Brasil, a pedido da Coordenação Geral de Laboratórios de
Saúde Pública (Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde).
Elaborado em tempo recorde,
esses controles positivos refletem a capacidade nacional de produção de insumos
críticos para o diagnóstico. “Essa ação estratégica, iniciada após o
aprendizado na cadeia de suprimentos vivenciado na emergência da Covid-19, hoje
se materializa no fortalecimento do arranjo produtivo local e amplia a
capacidade de resposta nacional frente a emergências de saúde pública. Com
isso, damos um importante passo para a autonomia e a independência na produção
local de testes de diagnóstico”, destaca a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade
Lima.
O controle positivo é um
elemento importante que garante a confiabilidade da reação durante a realização
do teste molecular (qPCR), impedindo que possíveis erros possam ocorrer e
interferir no resultado. O material desenvolvido pelo IBMP é destinado ao uso
somente em pesquisa, sob responsabilidade dos laboratórios brasileiros e
latino-americanos de referência para controle do vírus Monkeypox.
“Utilizamos matéria-prima e
nossa expertise no desenvolvimento de kits para diagnóstico, somado ao que está
publicado pela literatura científica internacional, para produzir as reações
com qualidade e que possibilitem o diagnóstico molecular preciso e seguro do
vírus Monkeypox”, explica o gerente de Desenvolvimento Tecnológico do IBMP,
Fabricio K. Marchini.
Atualmente, são quatro laboratórios no Brasil aptos a realização do diagnóstico da doença: Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LBMV/IBCCF/UFRJ), Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias (Lacen/Funed-MG), Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz (Lacen/IAL-SP) e Laboratório de Referência em Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
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