Nesta quinta-feira(13), o
futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, indicado para o futuro
governo Bolsonaro, visitou a Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo.
Ele se reuniu com professores
e representantes de entidades médicas e da indústria farmacêutica, onde
estiveram a MSD, Novartis, AbbVvie, dentre outras. No encontro, o
futuro ministro falou dos problemas que a pasta irá enfrentar a partir do ano
que vem e ouviu sugestões das organizações.
De acordo com Luiz Henrique
Mandetta, o foco da gestão será na atenção básica. “Eu não peço arrego, eu vou
lutar pelo SUS.
Na foto: Giovanni Guido Cerri
com o ministro indicado, Luiz Henrique Mandetta
Serei o ministro da atenção
básica. Nós vamos ter que resgatar a atenção básica nesse país”, disse.
“É inadmissível a mortalidade materna do jeito que tá e a gente está
conformado com isso. É inadmissível o sífilis do jeito que está e agente achar
que não tem nada a ver com isso.”
O futuro ministro criticou as
pessoas que defendem o fim do SUS e recomendou que elas apresentem
alternativas.
Luiz Henrique Mandetta também
chamou a atenção para os baixos índices de vacinação do país. De acordo com
dados do programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, a cobertura
de vacinas em bebês e em crianças atingiu o nível mais baixo dos últimos 16
anos. E pela primeira vez, a meta da pasta de ter 95% da população-alvo
vacinada não foi alcançada.
Sobre o Complexo Industrial da
Saúde, evidenciou seu alinhamento com o projeto de Governo, sua importância no
desenvolvimento local, regional e nacional, o impacto positivo na balança de
pagamentos internacionais, a ligação com Academia, a produção de medicamentos
de custos elevados para o SUS, e, destacou experiências exitosas com o
desenvolvimento de algumas empresas brasileiras que já produzem, localmente,
50% de suas demandas de Ativos Farmacêuticos em seus medicamentos, alguns até
patenteados. Por outro lado tem a clareza que muitos projetos deverão revistos
e reorganizados.
Reconhece e aprova o interesse
nacional em dominar determinadas tecnologias, como a chamada autossuficiência
no processamento do plasma brasileiro, mas mostrou preocupação com projetos
gigantescos instalados fora dos grandes centros (disponibilidade e demanda) o
que onera os cofres públicos e dificulta o processo logístico, questionando o
que fazer com a “gigantobrás” em clara referência à Hemobrás – que está no topo
da lista de privatizações do novo governo. Localizada no interior de
Pernambuco, onde não tem suficiente disponibilidade da nobre matéria prima que
é o plasma, e, os grandes centros consumidores, estão no centro sul... então
levamos plasma para processamento – o que ainda não ocorre – em Goiânia, de lá
mandamos para o exterior, volta para o mesmo local, e, de Pernambuco temos que
arcar com a logística até o ponto de consumo. Em forma “jocosa” registrou que
gostaria levar a planta para a cidade dele, mas que não é coerente...
Sobre a estruturação da Equipe
deixou claro que está montando com cuidado, dentro dos parâmetros estabelecidos
pelo presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, e que alguns membros já estão
trabalhando no grupo de transição. Confirmado o João Gabbardo que foi
secretário de saúde no RS e membro do CONASS será o secretário executivo do MS
durante sua gestão. Sinalizou com a manutenção de um dos atuais
secretários da pasta. Deixou transparecer que para algumas secretárias a
seleção não está fácil, tendo em vista a grande especificidade das
responsabilidades, como é o caso da SCTIE.
A destacada prioridade com a
atenção básica e com doenças sexualmente transmissíveis pode representar uma
oportunidade para a reconstrução da vocação original dos laboratórios oficiais,
que tem potencial para atender às demandas dos eventuais produtos de baixo
interesse comercial das chamadas “Bigfarmas”, além de resgatar o papel social
da REDE produtora pública de medicamentos, proporcionando eficácia, segurança e
o alargamento do acesso dos brasileiros a medicamentos, com reduzidos impactos
aos cofres públicos.
Depois de mais de 4 horas,
ouvindo todos os presentes, que se identificaram e se manifestaram, e depois de
responder às questões, encerrou o encontro com mensagens de grande otimismo e
confiança dizendo que teremos no ministério um grupo competente que certamente
agrará a todos.
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