Em Pernambuco, no primeiro
semestre de 2016, casos registrados de zika chegaram a pouco mais de 400, ao
passo que as ocorrências de chikungunya chegaram a mais de 31 mil. A doença
está afetando outras regiões do país.
Coordenador de Doenças Transmissíveis e Análise de Situação
de Saúde da OPAS, Enrique Vázquez participou de simpósio internacional e
alertou para riscos de novos surtos de chikungunya no país. Foto: UNIC Rio /
Pedro Andrade
O Brasil deve continuar a
preparação para enfrentar os vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. O
chikungunya, por exemplo, registrou em Pernambuco um número de casos maior do
que o de zika no primeiro semestre, e já está afetando outras regiões do país.
Baseada em dados do Ministério da Saúde, a avaliação é da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), que participou na terça-feira (8) de um simpósio
internacional da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
De 3 de janeiro a 9 de julho
de 2016, casos de zika em Pernambuco somaram pouco mais de 400, ao passo que as
ocorrências de chikungunya chegaram a 31.397. No mesmo período em 2015, apenas
62 infecções por chikungunya no estado haviam sido notificadas. Em última
revisão do Ministério da Saúde, que contabilizou casos até 17 de setembro, eram
mais de 44 mil casos prováveis da doença.
Em evento na Academia Nacional
de Medicina que ocorreu até quinta-feira (10), especialistas se reuniram para
um balanço dos desafios e avanços da luta contra o zika desde novembro de 2015,
quando o governo brasileiro decretou emergência nacional de saúde pública por
causa da alta de casos de microcefalia.
“A previsão em Pernambuco e
outros estados do Nordeste é de que o impacto do zika em 2017 não será tão
forte quanto foi em 2015 e no início de 2016 porque muitos dos moradores desses
locais já foram infectados nesse período. Uma preocupação forte agora pode ser
o chikungunya, que está aumentando e é uma doença que tem sequelas, que também
tem certa mortalidade e que supõe uma sobrecarga para os serviços de saúde e
para a população. Tampouco estes novos vírus devem fazer esquecer a dengue, uma
doença que mata”, explicou o coordenador da área doenças transmissíveis da
OPAS, Enrique Vázquez.
Uma das preocupações das
autoridades é a temporada de chuvas que tem início no fim do ano, pois
precipitações estão associadas à presença do vetor das três arboviroses — o Aedes
aegypti.
“Nos últimos anos, o governo
tem desenvolvido um sério trabalho de conscientização da população, de controle
vetorial, não tem por que mudar”, disse Vázquez, que destacou, no entanto, que
cada vírus exige adaptações específicas dos sistemas e serviços de saúde na
resposta às epidemias
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