A Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) - por meio do seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos
(Bio-Manguinhos/Fiocruz) - a Sanofi Pasteur e o Walter Reed Army Institute of
Research (WRAIR) - Laboratório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos -
assinaram acordo de colaboração para o desenvolvimento de uma vacina contra o
vírus zika. As três organizações de pesquisa têm um histórico de colaboração no
desenvolvimento de vacinas contra flavivírus.
De acordo com os Princípios de
Colaboração, as atividades da Fiocruz deverão complementar as atividades do
WRAIR e da Sanofi, aumentando assim a probabilidade de sucesso no
desenvolvimento e registro de uma vacina segura e eficaz contra o zika. Com
base na parceria com o WRAIR, as áreas de pesquisa da Fiocruz podem incluir o
desenvolvimento do processo, a caracterização da vacina, estudos
epidemiológicos, avaliação pré-clínica e clínica da vacina, assim como a
otimização dos estudos clínicos.
"Desde a declaração de
emergencia sanitária de importância internacional, a comunidade científica
mundial se mobilizou para criar subsídios para o entendimento da epidemia
causada pelo vírus zika, um vírus agressivo e desconhecido tecnicamente. É a
partir da mobilização de grandes instituições que se poderá propor soluções
para o enfrentamento, como vacinas", destacou o vice-presidente de
Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli. "O
acordo de principio de colaboração entre Fiocruz, Sanofi e o Instituto Walter
Reed vem aproximar instituições com competência para se buscar elementos
científicos para uma possível vacina. Para a Fiocruz, trabalhar com institutos
competentes deve ser potencializado desde que se assegure os direitos de acesso
as tecnologias desenvolvidas pelo SUS e o povo brasileiro".
Bio-Manguinhos, unidade da
Fundação diretamente relacionada ao acordo, é uma das principais instituições
de pesquisa de saúde pública do mundo envolvidas em vacinas - como a
meningocócica ACW, febre amarela, poliomielite, rotavírus humano, sarampo,
caxumba e rubéola (MMR). O acordo não impede que as três organizações
desenvolvam de forma independente as suas próprias vacinas candidatas contra
zika ou que colaborem com outras organizações para esta finalidade.
“A Fiocruz, o WRAIR e a Sanofi
Pasteur têm uma história de colaboração”, esclareceu o vice-presidente sênior
de Pesquisa e Desenvolvimento da Sanofi Pasteur, John Shiver. “Em termos de
Saúde Pública, faz todo o sentido que combinemos a nossa experiência e recursos
com a Fiocruz, que está idealmente baseada localiza no Brasil, onde está o foco
das atuais experiências sobre zika. Temos um objetivo comum de desenvolver uma
vacina para prevenir esta emergente ameaça de doença imposta pelo vírus",
afirmou.
Sanofi Pasteur e WRAIR no
acordo
O acordo assinado tem como
objetivo utilizar tecnologia do WRAIR para o desenvolvimento de uma vacina para
zika com o vírus inativado (ZPIV) pela Sanofi Pasteur. De acordo com o
documento assinado, o WRAIR, em conjunto com o Instituto Nacional para Alergia
e Doenças Infecciosas dos EUA, deve patrocinar e apoiar uma série de estudos
fase I para que a Sanofi Pasteur produza a vacina para testes clínicos fase II,
em conformidade com as Boas Práticas de Fabricação (BPF, otimizando o processo
de fabricação com obtenção de melhores rendimentos e caracteirização da
vacina).
Em outubro deste ano, a
Biomedical Advanced Research and Development Authority (Barda), do Gabinete do
Secretário Adjunto de Prontidão e Resposta do Departamento de Saúde e Serviços
Humanos dos EUA, concordou com uma proposta de financiamento para a fabricação
pela Sanofi Pasteur da vacina inativada contra zika para o estudo de
desenvolvimento de fase II. Além deste financiamento, existe uma opção no
contrato que permite à Barda continuar suportando o que seria a fase III,
relacionada ao desenvolvimento industrial e clínico da vacina.
Sobre os parceiros do acordo
A Sanofi Pasteur desenvolveu e
oferece várias vacinas contra flavivírus. A empresa desenvolveu a sua primeira
vacina contra a febre amarela em 1979 e, desde então, disponibilizou mais de
400 milhões de doses; a vacina está registrada em mais de 100 países em todo o
mundo. Em 2010, a Sanofi Pasteur registrou sua primeira vacina contra a
encefalite japonesa, que agora está registrada em 14 países, com mais de 1,5
milhões de doses comercializadas até agora. Ambas as vacinas contra a febre
amarela e encefalite japonesa são registradas em países endêmicos, bem como em
outros países, para atender os indivíduos que viajam para países endêmicos. Até
agora, a vacina contra dengue da Sanofi Pasteur, a mais nova vacina contra
flavivírus da companhia, está registrada para a prevenção da doença em 12
países endêmicos, incluindo o Brasil.
Com sede em Silver Spring,
Maryland, o Instituto Walter Reed Army of Research (WRAIR) desenvolve vacinas,
medicamentos e diagnósticos para doenças atuais e emergentes, que representam
uma ameaça para as operações militares e de prontidão. Com uma grande presença
na África e na Ásia, e uma nova unidade na região do Cáucaso, o WRAIR realiza
pesquisas onde as doenças infecciosas representam grave ameaça.
A Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) é uma instituição científica fundada em 1900 para a pesquisa e
desenvolvimento em ciências biomédicas, com sede no Rio de Janeiro e em 10 outros
estados brasileiros. A Fundação tem um grande compromisso com a saúde e
bem-estar da população brasileira. A unidade Bio-Manguinhos/Fiocruz é uma das
principais instituições de pesquisa de saúde pública do mundo envolvidas em
vacinas - como a meningocócica ACW, febre amarela, poliomielite, rotavírus
humano, sarampo, caxumba e rubéola (MMR) - bem como com o desenvolvimento de
medicamentos para kits de diagnóstico, treinamento de agentes da saúde pública
e de outros trabalhadores da área da saúde. Recentemente, a Fiocruz tem
colaborado com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para controlar a epidemia
de febre amarela na África.
Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz)
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