A
vigilância e o controle de doenças transmitidas por vetores, como dengue,
malária e leishmaniose, ganharão reforço com uma nova iniciativa. A Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) acaba de aprovar o
curso de Mestrado Profissional Stricto sensu em Controle e Vigilância de
Vetores de Doenças do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A capacitação tem o
objetivo de contribuir para ampliar o leque de conhecimento de gestores e
profissionais de saúde que atuam no controle e vigilância de insetos, moluscos
e carrapatos. O curso é voltado para graduados em veterinária, biologia,
biomedicina e áreas afins. O início das atividades da primeira turma está
previsto para o segundo semestre de 2017.
“A
estruturação do curso responde a uma demanda que tem origem na Presidência da
Fiocruz e que atende a uma necessidade nacional de formação de profissionais
especializados na área de vetores”, ressalta Wilson Savino, diretor do IOC. A
proposta de criação do novo curso foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do
Instituto (CD-IOC), em reunião do dia 20 de abril. A vice-diretora de Ensino,
Informação e Comunicação do IOC, Elisa Cupolillo, destaca que a iniciativa
amplia o quadro do Ensino do Instituto, que passará a contar com sete Programas
de Pós-graduação Stricto sensu, (clique aqui para conhecer). “O desenvolvimento do novo curso
está alinhado à missão do IOC de formação e capacitação de recursos humanos
para a solução de problemas críticos de saúde do país. Estamos dando um passo
que fortalece a relação do Instituto com a sociedade como um todo”, avalia
Elisa.
Segundo
o coordenador adjunto de Pós-graduação da Fiocruz, Milton Ozório, a proposta de
um novo curso busca preencher lacunas na formação de profissionais que atuam na
área da entomologia e malacologia médica. “Levantamentos da Vice-presidência de
Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz mostraram a necessidade de ampliar
a capacitação de um público amplo de profissionais e gestores. A iniciativa
deve priorizar a atualização em conhecimentos sobre a biologia de vetores e
novas formas de diagnóstico”, afirma Milton.
Formações
variadas
A
capacitação reunirá temas pertinentes à vigilância e controle vetorial. As
ações de vigilância permitem a recomendação de medidas de prevenção e controle
de doenças. Já as estratégias de controle vetorial, que pode ser biológico,
mecânico ou ambiental e químico, têm por objetivo controlar transmissores de
patógenos causadores de doenças – como é o caso do mosquito Aedes aegypti, que
transmite dengue, zika e chikungunya. De acordo com o coordenador do curso,
Fernando Genta, as disciplinas serão ministradas por professores especializados
em diferentes áreas da entomologia, incluindo temas sobre taxonomia, fisiologia
e controle, além de tópicos sobre diagnóstico molecular e modelagem matemática.
“Vamos discutir sobre o funcionamento e a eficácia das mais modernas
tecnologias disponíveis para a realização do controle vetorial, como o uso da
bactéria Wolbachia e dos mosquitos transgênicos no combate ao Aedes aegypti,
por exemplo. Além de abordar a importância do uso correto de ferramentas de
controle químico, como inseticidas”, destaca Genta, pesquisador do Laboratório de
Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC. Os alunos terão o prazo limite de
dois anos para concluir a formação.
Professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Lagerblad de Oliveira
será responsável por uma das disciplinas oferecidas. “A compreensão dos
fenômenos da fisiologia e da biologia dos insetos, como o seu comportamento
diante da necessidade de ingestão de sangue, por exemplo, é importante para a
formulação de armadilhas e repelentes. As disciplinas do curso, em geral, vão
oferecer conhecimentos que baseiam métodos de controle, de localização, de
análise e de reconhecimento epidemiológico”, explica Pedro.
Sobre
o processo de criação de um curso
A
avaliação da Capes é um passo fundamental para a abertura de novos cursos de
pós-graduação no Brasil. O resultado das avaliações das propostas enviadas por
instituições de ensino e pesquisa de todo o país foi divulgado pela Capes após
a 166ª Reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES),
realizada entre os dias 26 e 30 de setembro, em Brasília. A partir deste
parecer, cabe ao Conselho Nacional de Educação (CNE) autorizar e reconhecer os
novos cursos. O processo é finalizado com a homologação do Ministério da
Educação, conforme o estabelecido pela legislação vigente.
Lucas
Rocha (IOC/Fiocruz)
0 comentários:
Postar um comentário