Ministro diz que participação
do governo federal na saúde caiu nos últimos anos
Acesse a integra da
apresentação, em anexo.
Ricardo Barros, em depoimento
nesta quinta-feira à Comissão Mista de Orçamento sobre as verbas do SUS,
afirmou que a ideia agora é "recuperar o terreno perdido"
A participação da União no financiamento da saúde caiu nos
últimos anos, mas o governo vai tentar recuperar o terreno perdido. A afirmação
foi feita nesta quinta-feira (17) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, em
depoimento à Comissão Mista de Orçamento.
Barros compareceu ao colegiado
para prestar contas sobre a execução orçamentária do Sistema Único de Saúde
(SUS), em atendimento à Lei Complementar 141/12,
que trata do piso mínimo da saúde.
Segundo ele, o financiamento à
saúde no País é bancado por 45% de recursos públicos e 55% de recursos
privados. Da parcela pública, a União bancou, em 2015, 43,12%. Dez anos atrás
essa participação era de 50%. Segundo ele, houve um “desfinanciamento” da saúde
por parte do governo federal.
“Hoje, a União está pondo 43%
e os municípios estão avançando muito mais do que deveriam. Os municípios
deviam gastar 15% [da arrecadação dos impostos] em saúde, que é o mínimo
constitucional, e estão gastando em média 24%”, reconheceu o ministro da Saúde
durante o depoimento.
Barros afirmou que a solução
para elevar a participação da União é complexa, principalmente em um momento de
restrição orçamentária, como o atual. “Tenho que fazer um reconhecimento que,
de fato, a União se afastou do financiamento da saúde nos últimos 10 anos.
Vamos tentar recuperar.”
Emendas
O ministro agradeceu aos
deputados e senadores por terem destinado R$ 18,3 bilhões em emendas para a
saúde, dos quais R$ 4,8 bilhões são recursos colocados por emendas individuais
de execução obrigatória.
A redução da parcela da União
no financiamento à saúde foi provocada, principalmente, pelo estabelecimento do
piso constitucional, em percentual da receita corrente líquida (RCL),
que limitou as dotações do orçamento federal para a área. Em 2016 o piso foi de
13,2% da RCL.
O governo sempre respeitou
esse patamar, mas pouco avançou além dele, diante das necessidades da saúde
pública.
Unidades fechadas
O ministro disse aos integrantes da Comissão Mista de Orçamento que existem 170 unidades de pronto atendimento (UPAs) construídas que não entraram em funcionamento por falta de recursos dos municípios.
O ministro disse aos integrantes da Comissão Mista de Orçamento que existem 170 unidades de pronto atendimento (UPAs) construídas que não entraram em funcionamento por falta de recursos dos municípios.
Ele informou que o custo de
manutenção mensal de uma UPA do porte 3, a maior delas, é de R$ 1,1 milhão.
“Alguns prefeitos não colocam o dinheiro porque não tem”, disse.
Na semana passada, ele se
reuniu com o relator-geral da proposta orçamentária de 2017, senador Eduardo
Braga (PMDB-AM), e solicitou recursos para as unidades. Braga disse que tentará
alocar R$ 2 bilhões para viabilizar o funcionamento das 170 que estão paradas.
Teto dos gastos
Questionado pela deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), o ministro afirmou que a proposta que cria um limite para as despesas primárias a partir de 2017 – Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, já aprovada na Câmara e em discussão no Senado – não reduzirá os recursos para a saúde pública.
Questionado pela deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), o ministro afirmou que a proposta que cria um limite para as despesas primárias a partir de 2017 – Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, já aprovada na Câmara e em discussão no Senado – não reduzirá os recursos para a saúde pública.
“Não existe teto da saúde. Só
tem piso. Quem define o teto são os parlamentares. Não vejo nenhuma preocupação
que a saúde não terá os recursos possíveis. Sempre a saúde teve muito mais
recursos acima dos pisos constitucionais determinados”, disse.
Médicos residentes
Barros afirmou ainda, após
questionamento do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que o reajuste da bolsa dos
residentes médicos depende de cada estado e município.
Neste ano, o Ministério da
Saúde divulgou uma portaria elevando o valor da bolsa, com efeitos apenas sobre
os residentes pagos pelo orçamento federal. Em alguns lugares, como no estado
de São Paulo, o reajuste não foi concedido, o que motivou a greve dos residentes.
“Não é adequado nós, em
Brasília, decidirmos quanto a mais um prefeito vai gastar, quanto a mais um
governador vai gastar”, disse Barros. Moka, no entanto, defendeu uma solução
nacional. “Sabemos que os residentes são os que tocam o serviço.”
Anexo:
Anexo:
Reportagem – Janary Júnior,
Edição – Ralph Machado, Foto - Lúcio Bernardo Junior 'Agência Câmara
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