O Brasil tem até fevereiro de 2019 para reverter os surtos
de sarampo registrados em diversas áreas do país – sob pena de perder o
certificado de eliminação da doença, concedido pela Organização Pan-Americana
da Saúde (Opas) em 2016. O alerta foi feito pela assessora regional de
Imunizações da entidade, Lúcia Helena de Oliveira, durante a 20ª Jornada
Nacional de Imunizações, no Rio de Janeiro.
Dados do Ministério da Saúde
mostram que, até 24 de setembro, foram confirmados 1.766 casos de sarampo,
dos quais 1.367 no Amazonas e 325 em Roraima.
Há ainda, segundo a pasta, quase 8 mil casos em investigação em ambos os estados, além de casos isolados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), no Rio Grande do Sul (29), em Rondônia (2), em Pernambuco (4), no Pará (14) e em Sergipe (4).
Há ainda, segundo a pasta, quase 8 mil casos em investigação em ambos os estados, além de casos isolados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), no Rio Grande do Sul (29), em Rondônia (2), em Pernambuco (4), no Pará (14) e em Sergipe (4).
Lúcia Helena de Oliveira
lembrou que a Venezuela, de onde veio a cepa de sarampo identificada no Brasil,
perdeu seu certificado de eliminação em junho deste ano.
Contra o tempo
O critério adotado pela Opas
para conferir transmissão sustentada é que o surto se mantenha por um período
superior a 12 meses. As autoridades sanitárias brasileiras, portanto, correm
contra o tempo, já que os primeiros casos da doença no Norte do país foram
identificados no início do ano.
“Sabemos que os casos no
Brasil são de importação, lamentavelmente, pelas condições de saúde em que vive
a Venezuela. Mas só estamos tendo casos de sarampo no Brasil porque não
tínhamos cobertura de vacinação adequada. Se tivéssemos, esses casos viriam até
aqui e não produziriam nenhum tipo de surto”, destacou a assessora da Opas.
Atualmente cerca de 4,4 mil
municípios atingiram a meta de vacinação estipulada por meio de campanha, o que
representa que aproximadamente 1,3 mil cidades permanecem com coberturas
vacinais que deixam a desejar.
“As importações continuarão
sendo uma ameaça permanente. A única forma de evitar a disseminação do vírus é
obtendo coberturas vacinais acima de 95% em todos os municípios – não somente
em nível de país”, ressaltou Lúcia Helena Oliveira.
*A repórter viajou a convite
da Sociedade Brasileira de Imunizações
Por Paula Laboissière, enviada
especial* Rio de Janeiro, Edição: Nádia Franco, Agência Brasil
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