Embora o presidenciável, Jair
Bolsonaro não tenha formalizado qualquer indicação pública para a pasta da
saúde, e faça questão de destacar que busca um perfil técnico de conduta
ilibada, e, que não tem qualquer compromisso com “acordos partidários”, estando
livre para escolher os melhores profissionais para cada pasta. Vários
postulantes à pasta já circulam no imaginário do segmento e na especulação dos
meios de comunicação que tentam “predizer” o possível titular para a área de
Saúde.
Para assegurar a governabilidade,
precisará contar com a maioria no Congresso, parece inevitável que uma vez
eleito, terá que compor com os principais partidos na Casa. Dentre as três
maiores bancadas partidárias na Câmara está o Progressistas, parceiro político
de primeira hora, de onde o Capitão migrou para compor o novo grupo político
que permitiu a sua candidatura para a eleição majoritária.
O Progressista controla, hoje,
a Caixa Econômica, Ministérios das Cidades e da Saúde, e, nos parece inevitável
que o novo presidente eleito, na busque o apoio da maioria no Congresso
Nacional, e, negocie com os maiores Partidos, prioritariamente, se articulando
com o PP, não só por ser originário e familiarizado com a Casa, mas também, por
serem os atuais responsáveis pelo Ministério da Sade.
O PP tem em estoque grandes
nomes ministráveis, uma das principais estrelas, a senadora Ana Amélia do RS,
que participou da campanha como vice na chapa do Geraldo Alckimin do PSDB - SP,
a atual Governadora do Paraná Cida Borguetti, esposa do Deputado Ricardo
Barros, o próprio ex-ministro da saúde, Ricardo Barros, reeleito pelo
Paraná, a irmã do Dep. Federal, Agnaldo Ribeiro, Daniella Velloso Borges
Ribeiro (PP) que ficou em segundo lugar na votação e garantiu vaga para o
Senado.
Ainda dentro, da Câmara um
potencial indicado é o Dep. Luiz Henrique Mandetta, do DEM-MT, ativo titular de
várias comissões, com destaque para a CSSF, Comissão de Seguridade Social e
Família. O DEM é uma das principais bancadas dentro da Casa.
No âmbito militar o Capitão
Bolsonaro, também, já citou em “petit comitê” o Brigadeiro Pazini do Rio de
Janeiro, como sendo uma de suas referências técnicas que gostaria ter na sua
Equipe.
Do segmento, as especulações
passam por alguns médicos, dentre eles o oncologista, Nelson Teich, formado no
Rio de Janeiro, com residência no INCA, também, graduado em economia, atual
presidente do Grupo COI Management, Education and Research Institute no Rio de
Janeiro
Da área econômica, Viviane
Petinelli e Silva, é uma influente membro da Equipe de estudos para
estruturação do plano de governança da pasta, pós-doutora em Ciência Política
pela Universidade Federal de Minas Gerais, com período sanduíche no Ash Center
for Democratic Governance and Innovations da Harvard Kennedy School of Government,
E.U.A.. Possui graduação em Ciências Econômicas e mestrado em Ciência Política
pela mesma Universidade. Tem formação complementar em Direito Público pela
Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em políticas públicas e
participação social, com ênfase em Políticas Sociais, como Política de Educação
e de Saúde, e Políticas de Direitos como a Política de Direitos da Criança e do
Adolescente e da Mulher. Por sua destacada contribuição a respeito desses
temas, sua tese foi premiada no Prêmio UFMG de Teses em 2015. Atua como
consultora parlamentar e coordenadora de projetos políticos e sociais
relacionados às políticas sociais e de direitos. É colaboradora voluntária em
diferentes movimentos e entidades sociais.
E dentre os já citados, como referência,
pelo candidato a presidência da república, Jair Bolsonaro, da mesma forma que
Ele fala do astronauta brasileiro Marcos Pontes para a Pasta da Ciência e
Tecnologia, os Generais Heleno e Mourão como vice-presidente, além do Dep. Onix
Lorenzoni para a Casa Civil, também, já se referiu ao fazendeiro e pecuarista,
Henrique Prata, atual presidente do Hospital do Amor, antigo Hospital do Câncer
de Barretos, como uma referência para ocupar a pasta. Esta semana o
pecuarista concedeu uma entrevista para a jornalista Cristiane Agostine do
valor, que retransmito, partes, abaixo:
Cotado dentre os possíveis
citados por Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde caso o candidato
do PSL vença as eleições diz que está "sendo preparado por Deus" para
liderar a pasta e "acabar com a corrupção"
Henrique Prata, primeiro
indiciou o superintendente do Hospital, depois veio a público para dizer que
aceita o cargo e que está sendo “preparado por Deus” para transformar a
“história nojenta da saúde pública” no país. Presidente do Hospital
de Amor, antigo Hospital do Câncer de Barretos, Prata afirma ter recebido
o convite de Bolsonaro e de seus aliados em agosto e diz que se for para o
ministério, vai “virar do avesso” a Pasta para acabar com a corrupção.
A Equipe que compõem o núcleo
duro do candidato não confirma o convite, além dos já anunciados pelo próprio
candidato.
“Se Deus permitir que eu
ponha a mão nisso [ministério], eu viro do avesso. Não vai sobrar pedra sobre
pedra. Não é tirar sujeira debaixo do tapete, é virar do avesso, é mostrar a
raiz“, diz Prata.
À frente de hospital que é
referência mundial na pesquisa e tratamento do câncer, o pecuarista diz que
conhece Bolsonaro e os filhos parlamentares do presidenciável há cerca de
quatro anos e afirma que a entidade foi ajudada por emendas destinadas por eles.
Em agosto, recebeu o candidato, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
filho dele, e uma comitiva da campanha no hospital, durante uma caravana do
presidenciável pelo interior paulista. Poucos dias depois, Bolsonaro foi
alvo de uma facada, em Juiz de Fora (MG).
Sem filiação partidária e sem
nunca ter participado de um governo, Prata diz ter vontade de trabalhar com
Bolsonaro depois que o presidenciável afirmou que pretende montar uma equipe só
com técnicos em áreas estratégicas, como Saúde. “Se fizer conchavo político,
nada muda. Ele [Bolsonaro] não vai cometer esse erro. Eu já era eleitor dele e
quando ele falou dos critérios técnicos, ganhou de cara a minha simpatia. Ele
tem uma visão honesta“, diz. “Aceitei a ideia de ser ministro“,
afirma. “Só Bolsonaro, que não tem rabo preso com partidos, terá coragem de
mudar.”
Prata critica a maioria dos
governos por ter diretrizes “politiqueiras” e não “assistencialistas”
na área da saúde. Com experiência de 30 anos na gestão do hospital do câncer,
está há oito anos na pesquisa de pequena e média complexidade e há dois anos na
alta complexidade. Foi nesse último período que diz ter visto os piores tipos
de desvios e de falta de gestão.
“O pior de tudo é a
desonestidade que existe na saúde“, diz. No comando da alta complexidade,
afirma ter reduzido em 30% as mortes em UTI. “Antes não tinha intensivista,
não tinha médico atendendo na UTI“, afirma. “Em dois anos transformei a
água em vinho, só sendo honesto. Metade das pessoas que morrem é por algum tipo
de desonestidade [no atendimento]“.
Apesar de ter uma boa relação
com políticos de diferentes partidos, Prata diz não seguir nenhuma cartilha
partidária. “O único livro que leio todos os dias é a Bíblia“, afirma
ao Valor.
Prata diz que antes de entrar
na vida pública pretende “acertar sua vida pessoal“. Fazendeiro e
pecuarista, afirma que está transformado seus bens em uma “holding familiar“,
com seus três filhos como sócios. A ideia é preservar o patrimônio, conquistado
desde que começou a trabalhar, aos 11 anos de idade. Até novembro, diz, deve
terminar o processo sucessório dos bens para seus filhos.
“Deus está me preparando
para virar essa história nojenta do país, da corrupção na saúde pública“,
afirma. “Hoje a saúde pública é muito desonesta, porque quanto pior, melhor
para o setor privado“, diz.
No Hospital de Amor, há duas
alas com nomes de políticos: uma em homenagem ao ex-ministro José Serra (PSDB)
e outra ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Serra, para mim, foi o
melhor ministro da Saúde. Ele mudou o que podia, mas era muito dependente da
política do PSDB. Isso não funciona“, diz.
“E com Lula eu tratava
pessoalmente. Ele se esforçava e ajudava por sua própria autoridade, não pelo
Ministério da Saúde“, relata.
Prata critica ainda o
ex-governador e ex-presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB)
e diz que com o governador de São
Paulo e candidato à reeleição, Marcio
França (PSB) a relação é diferente.
“Alckmin nunca aceitou
minhas ideias. Já o Marcio França me procurou três vezes em um único mês para
saber o que podia mudar na saúde. Se eu for ministro de Bolsonaro, não vou
deixar de ajudar [França]“, diz. Nesta terça-feira, o diretor do hospital
almoçou com o governador.
Agora só falta conversar com o
presidente, único interlocutor responsável pelas indicações, e, acredito não
fará mais nenhum anúncio, antes do encerramento e publicação do resultado
das urnas.
Com informações do Pragmatismo
Político e do Valor
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