O Sistema Único de Saúde
disponibiliza todas as vacinas preconizadas pela OMS para toda população. A
estratégia brasileira de vacinação é considerada referência mundial
Nas últimas décadas, diversas
doenças foram eliminadas do país ou tiveram grande redução no número de casos,
devido ao sucesso das estratégias adotadas pelo Programa Nacional de
Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. No início do século XX, doenças imunopreveníveis
como a poliomielite e a varíola, eram endêmicas no Brasil, causando elevado
número de casos e mortes em todo o país. A eficiência do programa brasileiro
fica evidente com a erradicação da febre amarela urbana, a varíola e a
poliomielite, além da eliminação da rubéola e do sarampo.
Ao longo destes 45 anos,
inúmeras conquistas fizeram do PNI um dos pilares do Sistema Único de Saúde
(SUS), como o acesso gratuito e igualitário às vacinas que protegem a
população. Em alusão à data, comemorada no dia 18 setembro, o PNI realizou
nesta terça-feira (16) uma homenagem à equipe e a todos os colaboradores que
atuam diariamente na construção desta política pública.
O ministro da Saúde, Gilberto
Occhi, ressaltou durante a homenagem o protagonismo do PNI na agenda
internacional. “Todos os lugares onde eu fui representando o Ministério da
Saúde, o Brasil é reconhecido pelo seu Programa Nacional de Imunizações. As
pessoas querem saber como fazer um programa de tamanho sucesso em um país
grande e diverso como o nosso, ofertando tantas vacinas gratuitamente a uma
população inteira. Precisamos ter orgulho disso”, destacou Occhi.
Desde que foi criado, em 1973,
o PNI busca a inclusão social, assistindo todas as pessoas, em todo o País, sem
distinção de qualquer natureza. As vacinas ofertadas pelo programa estão à
disposição nos postos de saúde ou são levadas diretamente à população,
graças aos esforços das equipes de vacinação, cujo empenho permite que a
imunização chegue até mesmo nos locais de difícil acesso.
O secretário de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), Osnei Okumoto parabenizou o Programa
pela trajetória de sucesso e pelo empenho técnico da equipe. “É com muita
satisfação que comemoramos esses 45 anos de um programa robusto que vem
crescendo a cada ano com a colaboração do Comitê Técnico Assessor de Imunização
junto com toda a equipe da Secretaria de Vigilância em Saúde e com todos os
atuais integrantes do PNI, assim como todos os outros que já passaram por aqui,
pois estes também colaboraram para esse sucesso, evidente a nível mundial”,
disse.
Durante a comemoração, a
coordenadora do PNI, Carla Domingues, foi homenageada pela equipe, e recebeu
uma placa dedicada ao trabalho desenvolvido como gestora. “É uma honra muito
grande eu estar à frente do programa, coordenando uma equipe que se dedica e
que tem um compromisso com a saúde púbica do País e de salvar vidas”,
ressaltou.
Atualmente, são
disponibilizadas pela rede pública de saúde, em mais de 36 mil salas de
vacinação espalhadas por todo território nacional, 27 vacinas que integram o
Calendário Nacional mais a vacina de raiva canina. Por ano, o Ministério da
Saúde aplica mais de 300 milhões de doses de vacinas na população brasileira.
Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como
portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos
Especiais (CRIE). O esforço foi fundamental para a erradicação de doenças
no país, como a poliomielite, e a rubéola, por exemplo.
Atualmente, o PNI é parte integrante
do Programa da Organização Mundial de Saúde, com o apoio técnico,
operacional e financeiro da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a
Infância) e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Campanhas de vacinação
Há mais de 100 anos foi
realizada a primeira campanha de vacinação em massa feita no Brasil. Idealizada
por Oswaldo Cruz, o fundador da saúde pública no Brasil, a campanha tinha o
objetivo de controlar a varíola, que então dizimava boa parte da população do
Rio de Janeiro. O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola mostrou que
a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença. O último caso de
varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no mundo, em 1977, na Somália.
Em 1980, foi realizada a 1ª
Campanha Nacional de Vacinação Contra Poliomielite, com a meta de vacinar todas
as crianças menores de cinco anos em um só dia. O último caso de poliomielite
no Brasil ocorreu na Paraíba, em março de 1989. Em setembro de 1994, o Brasil
recebeu, junto com os demais países da região das Américas, a certificação de
que a doença e o vírus foram eliminados do continente.
Segurança das vacinas
As vacinas são seguras e
estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças transmissíveis.
Quando adotada como estratégia de saúde pública, elas são consideradas um dos
melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício. Ainda assim,
muitas pessoas deixam de comparecer aos postos de saúde para atualizar a
carteira de vacinação, e também de levar os filhos no tempo correto de
aplicação das vacinas.
Um exemplo da falta de
conhecimento de certas doenças é em relação a poliomielite, extinta há mais de
20 anos. Milhares de profissionais de saúde nunca viram surtos desta doença e,
consequentemente, a população não a reconhece como uma enfermidade importante.
Com a diminuição dos riscos de transmissão de algumas doenças, as pessoas
passam a se preocupar mais com notícias equivocadas que circulam nas redes
sociais do que com a importância da vacinação. Só vamos conseguir de fato a
garantia da imunização da população se tivermos altíssimas coberturas vacinais
em todos os municípios brasileiros. Por isso, é fundamental que a população
tome consciência de que é preciso acompanhar as campanhas e ir regularmente às
unidades de saúde para a vacinação.
Por Fábio Marques, da
Agência Saúde
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