A palestra de abertura da quarta edição do Abrafarma Future Trends, ministrada por Jonathan Carney, diretor sênior da QuintilesIMS, entusiasmou os participantes graças às boas perspectivas para o varejo farmacêutico nacional. O Brasil, que em 2011 ocupava a 10ª colocação no ranking mundial do setor, alcançou o sexto posto em 2016 e, até 2021, deve figurar no top 5.
Nesses últimos anos, o país ultrapassou Canadá, Espanha, Reino Unido e Itália e a expectativa agora é superar a França. Dessa maneira, ficaria apenas atrás de Estados Unidos, China, Japão e Alemanha em um mercado que movimenta US$ 1,02 trilhão globalmente. No entanto, alguns fatores críticos devem ser considerados para que o país realmente atinja a perspectiva de crescimento de 6 a 9% neste quinquênio.
“A desaceleração nas taxas de inflação e no aumento do preço dos medicamentos impactará as margens futuras do setor. Além disso, a redução dos empregos formais tem levado a população a abrir mão da cobertura assistencial da rede privada, comprometendo o acesso a remédios e a continuidade dos tratamentos de saúde”, adverte.
Segundo o especialista, o caminho para atenuar esse quadro passa justamente pela adoção do modelo de assistência farmacêutica. “Com a tendência de envelhecimento populacional, a farmácia poderá exercer um papel crucial para cobrir as lacunas da saúde pública”, acredita Carney, baseado na experiência do Reino Unido, terra natal do consultor. Ele utiliza a Walgreens Boots Alliance como exemplo. Desde a aquisição da rede britânica pela norte-americana Walgreens, em 2012, a Boots deu início a investimentos em farmácias clínicas e, hoje, elas já representam 15% do movimento do varejo local.
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