A médica Adele Benzaken se
despediu nesta sexta-feira (11), do Departamento de IST, Aids e Hepatites
Virais, do Ministério da Saúde, com uma carta de agradecimento. “Cheguei ao
Ministério da Saúde em 2013, como diretora adjunta do Departamento, a convite
do então diretor, Fabio Mesquita.
Vim do Unaids, onde respondia
interinamente pelo escritório dessa agência no Brasil. Depois, com a saída de
Fabio, fui convidada a assumir seu lugar. Vi o convite como um reconhecimento
ao meu trabalho, mas, ao mesmo tempo, como o enorme desafio de manter o
protagonismo da resposta brasileira ao HIV/aids e buscar esse mesmo
protagonismo na luta contra as hepatites virais e outras infecções
sexualmente transmissíveis”, diz um trecho do documento.
Adele enumerou na carta os
principais avanços do Brasil na luta contra aids, as ISTs e as hepatites
virais. Também destacou a importante parceria do governo com a comunidade
científica, sociedade civil e agências da ONU. “Desde minha formação acadêmica,
dediquei-me a enfrentar a dor humana, nos mais recônditos ambientes da Amazônia
Brasileira. Ali pude ver o quanto é preciso fazer para que tenhamos de fato um
sistema de saúde universal e de qualidade, que se constitua como referência
mundial. Cabe destacar que os meus 40 anos de Medicina foram dedicados quase
que exclusivamente a trabalhar com o tema do HIV e das IST, na gestão da saúdepública.”
Ela continua: “Aprendi a
lutar, a respeitar as diferenças e a reconhecer o direito das minorias, muito
antes de me confrontar com os desafios que a epidemia do HIV/aids nos colocou
no início dos anos 1980, quando também aprendi a acolher as pessoas, num tempo
em que o temor relegava ao abandono e à discriminação quem vivia com o vírus.”
Adele encerrou o documento
desejando “sucesso aos que vierem a me suceder! Que não se retroceda em nenhuma
das conquistas já alcançadas pelas pessoas vivendo com HIV, hepatites virais e
IST.
Como no início da minha
carreira – junto às comunidades ribeirinhas mais remotas do meu Amazonas –,
coloco-me à disposição da saúde pública, porque esse sempre foi e sempre será o
meu compromisso.”
Leia a carta na íntegra
0 comentários:
Postar um comentário