MCTI assina sete
acordos de cooperação com EUA durante visita da presidenta Dilma ao país
O Ministério celebrou sete acordos bilaterais durante a visita da
presidenta Dilma ao presidente Obama. Os titulares de CT&I Aldo Rebelo e
John Holdren assinaram plano de ação até 2017.
Dilma Rousseff e Barack Obama durante
reunião de trabalho em Washington.
Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR
O Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) e suas instituições assinaram sete acordos de cooperação
bilateral por ocasião da visita oficial da presidenta Dilma Rousseff ao presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama. Um deles, assinado pelo ministro Aldo Rebelo
e pelo diretor do Escritório de Política de Ciência e Tecnologia dos EUA (OSTP,
na sigla em inglês), John Holdren, é o Plano de Ação 2015-2017 definido pela
Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Cooperação Científica e Tecnológica
(Comista).
A assinatura ocorreu no Departamento
de Estado norte-americano, nesta terça-feira (30), durante almoço oferecido
pelo vice-presidente Joe Biden em homenagem à presidenta Dilma. O Plano de Ação
assinado por Aldo e Holdren é a parte integral da 4ª Reunião da Comista, que abrangeu as áreas de desastres
naturais, ecossistemas, energias limpas e renováveis, saúde, física de altas
energias, luz síncrotron, segurança cibernética, popularização da ciência e
inovação. Ligado à Casa Branca, o OSTP é o órgão do governo dos EUA
correspondente ao MCTI.
Em maio, Aldo e delegação estiveram
em Washington para as discussões da Comista e outros compromissos preparatórios
à visita presidencial. Os trabalhos da Comissão permitiram o encaminhamento dos
consensos oficializados durante a visita presidencial.
Área aeroespacial
A instalação, no Brasil, de uma
estação terrestre ligada ao Programa da Constelação do Sistema de Observação
para Meteorologia, Ionosfera e Clima (Cosmic-2) é assinado pelo titular do
MCTI e pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados
Unidos (Noaa, na sigla em inglês). Trata-se de um complemento a um memorando já
em vigor.
O Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe/MCTI) se compromete a adquirir, construir, instalar, operar e
manter a estação em local a ser definido com a instituição parceira. A ideia é
que a infraestrutura entre em operação pelo menos seis meses antes do primeiro
lançamento do programa, previsto para setembro de 2016. Parceria entre EUA e
Taiwan, o Cosmic-2 visa desenvolver, lançar e operar uma missão de satélites
que suceda a primeira edição do Cosmic, no intuito de coletar dados
troposféricos e ionosféricos como insumos para previsões de tempo diárias,
estudos climáticos e pesquisa espacial.
A Agência Espacial Brasileira
(AEB/MCTI) e a National Aeronautics and Space Administration (Nasa, a agência
espacial norte-americana) assinaram acordos para ampliar os estudos
sobre o clima espacial e global e os da área de heliofísica, ciência que estuda
o Sol.
Com o primeiro acordo, o Brasil passa
a integrar o Programa de Aprendizagem e Observações Globais em Benefício do
Meio Ambiente (Globe, na sigla em inglês), ação de ciência e educação ambiental
que reúne estudantes, professores e cientistas. A parceria tem duração mínima
de cinco anos.
Na área de heliofísica, as agências
espaciais acertaram que o Brasil participará de missões que estudam o Sol e os
arredores da Terra, tais como a Magnetospheric Multiscale Satellites (MMS) e a
Van Allen Probes. O compartilhamento de dados deve melhorar os resultados e
aumentar a produtividade científica dentro dessa especialidade.
As agências anunciaram, ainda,
parceria firmada no dia 18 para aumentar as oportunidades para estudantes
brasileiros de graduação e pós-graduação participarem do Programa de Estágio
Internacional Nasa. O projeto permitirá a troca de experiência entre alunos dos
dois países.
Luz síncrotron e competitividade
O Centro Nacional de Pesquisa em
Energia e Materiais (CNPEM) e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron
(LNLS) firmaram memorando de entendimento com o Laboratório Nacional
Argonne e o Advanced Photon Source (APS), para desenvolver mecanismos e
processos para aprofundar a colaboração relacionada a pesquisa e
desenvolvimento (P&D) com fontes de luz síncrotron.
O texto menciona, como formas de
cooperação, o intercâmbio de dados científicos e técnicos, a organização de
encontros para discutir tópicos específicos voltados às atividades, o
planejamento de projetos e a mobilidade acadêmica de cientistas, engenheiros e
outros especialistas.
Outro memorando envolve a
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e o Council on Competitiveness
(CoC), no campo de inovação e competitividade. O objetivo é estabelecer um
quadro de cooperação que contribua para a melhoria das políticas públicas
brasileiras e norte-americanas na área.
O entendimento inclui a mobilização
de empresas, capacitando-as e contribuindo para a melhoria das políticas. Além
disso, tem a finalidade de promover a inovação empresarial, influenciando a
criação de um ambiente favorável aos negócios e incentivando o desenvolvimento
humano e tecnológico, por meio da organização e disseminação do conhecimento.
Neutrinos
Por fim, uma declaração de
intenções prevê a promoção de esforços de pesquisa e desenvolvimento
colaborativos em física de neutrinos. Ela envolve o MCTI e o Departamento de
Energia dos Estados Unidos (equivalente à Pasta da área).
As duas partes manifestam o objetivo
de celebrar acordos para realizar P&D em qualquer tópico mutuamente
acertado. Há possibilidade, ainda, de adicionar áreas de interesse comum, à
medida que surgirem prioridades. O documento destaca a compreensão
relativamente baixa da humanidade acerca de aspectos da física de neutrinos,
especialmente aqueles associados à massa da partícula subatômica – desprovida
de carga elétrica e conhecida por sua leveza e abundância no universo.
Visita
Na quarta-feira (1º), a presidenta
Dilma e sua delegação visitaram centros de alta tecnologia, instituições de
ensino e empresas na Califórnia. A agenda inclui a Universidade da Califórnia,
a sede do Google, a Universidade de Stanford, o SRI International e o Centro de
Pesquisas Ames, da Nasa.
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