A planta do Instituto de Tecnologia
do Paraná (Tecpar) em Maringá que vai produzir o Bevacizumabe, oncológico usado
no tratamento do câncer, pode vir a incluir na sua linha de produção outros
dois medicamentos, o Adalimumabe e Infliximabe. O instituto concorre para se
tornar o fornecedor oficial desses produtos ao Ministério da Saúde e, caso
vença a concorrência, vai produzir na cidade do Noroeste do Paraná esses
biológicos.
O diretor-presidente do Tecpar, Júlio
C. Felix, se reúne nesta sexta-feira (3) com o secretário estadual de
Planejamento, Silvio Barros, e o prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin,
para avaliar o andamento das obras de infraestrutura do Tecnoparque da cidade,
onde a planta será instalada. Além disso, Felix apresenta na cidade a
possibilidade de produzir novos medicamentos na mesma fábrica.
O Tecpar concorre para fornecer ao
Ministério da Saúde os biológicos Adalimumabe e Infliximabe, medicamentos
usados para tratamento de artrite reumatoide, psoríase e outras doenças
crônicas. Essa produção pode ocorrer via Parcerias para o Desenvolvimento
Produtivo (PDP), mecanismo utilizado pelo ministério para que laboratórios
públicos produzam no país, em parceria com empresas privadas, medicamentos hoje
importados.
O instituto já tem garantida a
produção de Bevacizumabe junto com a empresa russa Biocad. Para a produção de
Adalimumabe e Infliximabe, o Tecpar concorre em parceria com o consórcio Biocad
Monoclonais, formado pela representante brasileira da empresa, a Biocad Brasil,
e a indústria farmacêutica Daudt, também brasileira.
Felix ressalta que a planta do
Bevacizumabe, que deve produzir o medicamento a partir de 2018, tem capacidade
para produzir os outros dois biológicos sem grandes ajustes na fábrica. “Os
produtos que serão fabricados em Maringá são de alto valor agregado e vão gerar
empregos especializados na região”, salienta.
Para se tornar o fornecedor oficial
do Adalimumabe, o Tecpar concorre com outros seis laboratórios públicos. Já em
relação ao Infliximabe, o Tecpar disputa com outras cinco instituições. O
resultado da concorrência deve ser divulgado pelo Ministério da Saúde até o
final do ano.
Caso o Tecpar vença a concorrência,
os dois produtos devem ser comercializados a partir de 2018. “Essa é mais uma
das ações do instituto de interiorizar a sua atuação nos demais campi da
instituição, levando pesquisa e desenvolvimento para todas as regiões do estado”,
pontua.
Produção de medicamentos
Além do Adalimumabe e do Infliximabe,
o Tecpar atualmente concorre com outras três propostas de projeto para a
produção de medicamentos e equipamentos da saúde, como a Somatropina, com a
alemã Merck, o Salbutamol, com a britânica GSK, e o aparelho auditivo
retroauricular e intra-aural, com a suíça Sonova.
O Tecpar já atua em três PDPs. Além
do Bevacizumabe, o instituto desenvolve ainda a cola de fibrina, primeiro
selante de fibrina obtido por rota biotecnológica, com produção 100% nacional e
em desenvolvimento no campus CIC. O instituto participa também da Rede Cegonha,
para a montagem de kits de medicamentos que tratam a mortalidade materna e
neonatal.
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