Medicamento evita transplante
de fígado. Produção garante abastecimento do SUS, gera economia ao país e
amplia o acesso ao tratamento
O Instituto de Tecnologia em
Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) acaba de obter o registro do sofosbuvir 400 mg,
principal medicamento para hepatite C, capaz de curar o paciente sem a
necessidade de transplante de fígado. Com o deferimento, publicado no Diário
Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (2/7), a unidade poderá iniciar
imediatamente a distribuição do produto no Sistema Único de Saúde (SUS).
Isso será possível graças a
uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) envolvendo, além de
Farmanguinhos, os laboratórios nacionais Blanver Farmoquímica e Farmacêutica
S.A. e Microbiológica Química e Farmacêutica LTDA. O acordo tem duração de
cinco anos e permitirá uma economia de cerca de 60% aos cofres públicos ao
longo desse período.
Com a produção em
Farmanguinhos, o preço de cada tratamento (84 dias) será pouco mais de 5 mil
reais. Para se ter uma ideia, o custo por paciente já chegou ao patamar de 84
mil dólares, o que restringia o acesso de quem precisa do antiviral.
Segundo o diretor Jorge
Mendonça, a partir dessa parceria, o Instituto garante o abastecimento do SUS
e, consequentemente, o tratamento dos pacientes. Além disso, economia ao Ministério
da Saúde significa ampliar o acesso da população a esse importante
medicamento”, destaca o diretor.
Transferência reversa – A
internalização da tecnologia do sofosbuvir se dará por meio de transferência
reversa: começa pela etapa final (análise de controle de qualidade e embalagem)
e, aos poucos, Farmanguinhos vai absorvendo os demais processos. Desta forma,
nos três primeiros anos, o medicamento será totalmente fabricado no laboratório
parceiro. A partir do 4º, o Instituto passa a produzir metade da demanda. Ao
final da transferência, toda a produção será executada no Complexo Tecnológico
de Medicamentos (CTM) de Farmanguinhos.
A previsão é de que em 2023 o
Instituto esteja capacitado para atender a toda a demanda nacional. Atualmente,
estima-se que cerca de 1,4 a 1,7 milhão de pessoas vivam com o vírus da
hepatite C no Brasil. Muitas delas desconhecem o diagnóstico, a forma como
foram infectadas e, ainda, que existe tratamento para a doença.
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