A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) continua e acelera seu trabalho em áreas-chave para apoiar os países das Américas a manejarem os graves efeitos sociais e à saúde da pandemia de COVID-19. Em um novorelatório, o organismo internacional detalha sua ampla resposta em mobilização e apoio técnico à emergência desde que os primeiros casos foram notificados, em janeiro de 2020.
A COVID-19 já se propagou em
todos os 54 países e territórios das Américas; até o momento, foram registrados
5 milhões de casos e mais de 244 mil mortes. “O epicentro da pandemia de
COVID-19 agora é a Região das Américas”, afirma o relatório. Juntos, Estados
Unidos e Brasil representam 75% de todos os casos e 74% de todas as mortes já
notificadas na região.
O novo relatório analisa a
situação epidemiológica por regiões – América do Norte, América Central,
América do Sul e Caribe – e nacionalmente, fornecendo detalhes sobre a resposta
da OPAS em cada país.
As equipes regionais e
nacionais do sistema de gestão de incidentes da OPAS têm proporcionado
respostas à emergência diretamente aos Ministérios da Saúde e outras
autoridades nacionais em áreas vitais de saúde pública desde o primeiro alerta.
Equipes específicas fornecem apoio centrado na coordenação nos países,
comunicação de risco e participação comunitária, vigilância e resposta rápida,
pontos de entrada, capacidade laboratorial, prevenção e controle de infecções,
gestão clínica, logística, manutenção de serviços essenciais de saúde e
pesquisa e desenvolvimento.
Ajuda para adquirir
equipamentos
Em operações de emergência,
nas quais a OPAS tem mais de 40 anos de experiência, a Organização rapidamente
mobilizou especialistas e equipamentos para responder à COVID-19. O organismo
internacional ajudou a adquirir equipamentos de proteção individual (EPIs),
enviando 54 remessas para 26 países – 1,3 milhão de luvas, 1 milhão de máscaras
cirúrgicas e N95, 403 mil aventais e 42 mil óculos. O armazém da OPAS no Panamá
está servindo como um centro de logística, recebendo e enviando EPIs e outros
suprimentos que salvam vidas. Sua equipe de compras não está apenas adquirindo
suprimentos, mas também em coordenação com a OMS e outras agências da ONU
"para encontrar soluções aos atuais desafios críticos de compras".
No estágio inicial da
pandemia, a OPAS promoveu 25 missões com especialistas técnicos a 20 países
para garantir que estavam preparados para realizar testes moleculares de
laboratório para a COVID-19 e implementar o rastreio de contatos, de acordo com
o relatório.
Depois que a maioria das
fronteiras foi fechada, a OPAS promoveu 49 capacitações e seminários virtuais
regionais e nacionais para mais de mil profissionais de saúde nas Américas
sobre a estimativa de necessidades de EPIs, leitos hospitalares e UTI;
identificação de locais alternativos para atendimento médico, em vista à
sobrecarga do sistemas de saúde; diagnóstico molecular para COVID-19;
vigilância; e outras áreas essenciais no combate à pandemia.
Necessidade de mais recursos
A mobilização de recursos é
uma necessidade chave da resposta dos países à pandemia de COVID-19. A OPAS
lançou um um chamado aos doadores inicial de US$ 95 milhões para apoiar e ampliar
os esforços de preparação e resposta de saúde pública na América Latina e no
Caribe entre março e agosto de 2020. Agora, estima-se que são necessários US$
200 milhões para o período de 11 meses – de fevereiro ao fim de 2020. Até 30 de
junho, a Organização recebeu um total de US$ 66,6 milhões em contribuições de
doadores e compromissos.
O relatório ressalta que,
olhando para o futuro, "a luta contra a propagação deste vírus será um
desafio, pois os países enfrentam uma perspectiva econômica incerta devido a
problemas globais e domésticos decorrentes dos efeitos do bloqueio de
meses". Os sistemas de saúde subfinanciados não estão adequadamente
equipados para responder à malária, sarampo, febre amarela e outras doenças que
compõem esse desafio.
Indo além do setor da saúde
As equipes dos escritórios da
OPAS nos países estão trabalhando diretamente com suas contrapartes nos
governos para desenvolver e aprimorar planos de ação nacionais que vão além do
setor da saúde, dada a gravidade da pandemia, explica o novo relatório. “Todos
os 35 Estados Membros ativaram mecanismos intersetoriais em resposta à pandemia
de COVID-19, envolvendo a mais alta liderança política e incluindo
setores-chave para fornecer uma resposta abrangente. A Organização está em
contato com outras agências da ONU nos países para liderar a resposta do setor
de saúde e garantir que o sistema das Nações Unidas seguisse uma abordagem
integrada para combater essa pandemia e suas repercussões”, destaca o
relatório.
Sobre vigilância, a
Organização está produzindo e divulgando relatórios de situação, publicando
dados sobre influenza e outros vírus respiratórios, automatizando planos de
gestão de dados e treinando países no sistema de vigilância simplificado Go
Data. Outras ferramentas, como CovidSIM e EpiEstim, foram lançadas para ajudar
os países a estimar as necessidades de aquisição de equipamentos e suprimentos.
A prevenção e controle de
infecções, uma ferramenta importante para limitar a propagação da COVID-19, tem
sido um foco de treinamento e apoio aos países, com documentos, protocolos e
fluxogramas sendo frequentemente atualizados e distribuídos.
A OPAS também divulgou vários
documentos técnicos baseados em evidências para auxiliar os países a orientar
estratégias para gerenciar a pandemia e continua a fornecer as mais recentes
informações científicas aos países.
O organismo internacional
também está ajudando os países a fortalecerem seus serviços de saúde,
disseminando informações por meio de documentos e seminários virtuais sobre
equipes médicas de emergência, escolhendo locais alternativos de atendimento
para lidar com mais pacientes, maneiras de expandir a capacidade de atendimento
crítico e estimando as necessidades de equipamento de proteção individual, além
de outras medidas.
Ensaios de terapias e vacinas
Em pesquisa e desenvolvimento,
a OPAS está trabalhando com os países fornecendo informações sobre ensaios de
terapia e vacinas, provendo orientações para revisões éticas e supervisão e
sistematizando revisões rápidas de temas-chave, como estações de triagem para a
expansão da capacidade clínica, uso de plasma convalescente, terapia com
corticosteroides e outros.
A resposta da Organização
também foi e é importante nas comunicações, usando uma variedade de plataformas
para distribuir mensagens importantes e trabalhando para desenvolver manuais
para jornalistas, realizando treinamentos em comunicação de risco e
distribuindo guias para líderes sobre como comunicar sobre a COVID-19. A OPAS
designou altos funcionários como porta-vozes da pandemia, e sua diretora, Carissa
F. Etienne, vem realizando semanalmente entrevistas à imprensa sobre o surto e
a resposta.
Na educação, o Campus Virtual
de Saúde Pública da OPAS disponibilizou vários cursos em espanhol e português.
Eles abrangem tópicos importantes, como vírus respiratórios emergentes,
incluindo a COVID-19; métodos de detecção, prevenção, resposta e controle;
prevenção e controle de infecções causados pelo coronavírus; saúde
ocupacional; manejo clínico de infecções respiratórias agudas graves; e outras.
Cliqueaqui para acessar o relatório.
Fonte:OPAS/OMS Brasil
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