O evento foi uma oportunidade
para alinhar questões referentes ao Programa Mais Médicos, promovendo a
reciclagem e a troca de experiências
Debater
o panorama dos cinco anos do Mais Médicos, abordando questões relacionadas às
normas e diretrizes regentes do programa, foi o que motivou o Departamento de
Provisão e Regulação dos Profissionais da Saúde (Depreps) a realizar a 2°
Oficina de Integração e Alinhamento para Referências Centralizadas (RC) e
Referências Descentralizadas (RD), de 26 e 28 de setembro, na cidade do Rio de
Janeiro.
De
acordo com o diretor do Depreps, Denilson Campello, o intuito foi promover a
reciclagem e troca de experiências entre as RCs e RDs, de todos os municípios
que recebem os profissionais do Programa Mais Médicos. “O encontro foi muito
importante para fazermos uma avaliação das novas dinâmicas que estão
acontecendo nos territórios. Conseguimos perceber, ao longo desses cinco anos,
a mudança de cenário nos municípios que participam do programa. Trazer esse
olhar das Referências Descentralizadas foi fundamental para que, junto às
Referências Centralizadas, possamos determinar os novos rumos que precisaremos
tomar na dinâmica de trabalho desses profissionais, visando sempre à melhoria
da prestação de serviços do Mais Médicos aos diversos municípios brasileiros”,
salientou Denilson.
Além
da equipe técnica do Departamento, o evento, reuniu representantes do Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Universidade de
Brasília (UnB), Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS), Departamento de Atenção Básica (DAB), além de
membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
No
primeiro dia, após a abertura do evento, o chefe-adjunto da delegação da CICV
no Brasil, Felipe Tomé de Carvalho, palestrou sobre a missão da organização,
cujo foco é prevenir e aliviar o sofrimento humano, em situações de violência e
conflito armado. Ele ressaltou que, apesar de não existir conflito armado no
país, há uma situação de violência semelhante –especialmente na cidade do Rio
de Janeiro- e reforçou a necessidade de se firmar uma parceria com a Gestão
Pública, a fim de garantir o acesso seguro a serviços essenciais, como por
exemplo, a saúde. “Nosso objetivo é motivar os municípios a fazerem uma análise
do impacto da violência nos serviços, já que muitos não o fazem. Para cada
unidade seria criado um plano de contingência, de acordo com a sua realidade”,
acrescentou.
Segundo
Felipe, a CICV oferece a metodologia e apoio técnico a serem aplicados nos
municípios de maior risco e, posteriormente a Secretaria de Gestão do Trabalho
e da Educação na Saúde (SGTES/MS) replicaria em outras unidades municipais,
garantindo a sustentabilidade e continuidade da gestão.
Ao
longo do segundo dia, as Referências Descentralizadas tiveram a oportunidade de
esclarecer dúvidas e sugerir novas propostas, durante a apresentação da
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017. A proposta de integração entre
a Vigilância em Saúde e a Atenção Básica, e o surgimento da figura de um
gerente atuando nas unidades foram alguns dos destaques da PNAB atualizada.
“Nesse momento, reunimos os participantes em pequenos grupos para atender, de
uma forma mais próxima, a discussão e alinhamento, a partir das demandas dos
diretores dos territórios”, comentou a técnica da Coordenação-Geral da Atenção
Básica, Olívia Ugarte, condutora do grupo da região Nordeste.
Para
a referência descentralizada de Minas Gerais, Eder Rodrigues, a iniciativa foi
importante para sanar as dúvidas e trocar experiências com os participantes.
“Como o programa está sempre evoluindo, foi uma ótima oportunidade para
atualizarmos as experiências em relação às normas. Além disso, é uma excelente
forma de aprimorar o trabalho no meu território de atuação e alinhar o discurso
com as demais regiões, fortalecendo a nossa missão que é melhorar a qualidade
do atendimento na Saúde”, reforçou.
Já
no terceiro dia, o destaque foi a mesa redonda sobre os cinco anos do Programa
Mais Médicos. O professor da Universidade de Brasília (UNB), Edgar Hamann,
abriu a rodada de apresentações exemplificando, por meio de evidências
acadêmicas e estudos qualitativos, como as entidades acadêmicas podem
contribuir para ao fortalecimento do programa. “A alta satisfação dos
pacientes, a melhora no acolhimento, a ampliação do acesso ao diagnóstico e o
aumento de consultas pediátricas e pré-natal são exemplos que traduzem o
sucesso do Programa e impactam diretamente na saúde da população ”, pontuou.
Concurso
de Fotos
O
evento também contou com um concurso cultural de fotografias “Olhar
Descentralizado”. A ideia foi ilustrar, por meio das imagens, as atividades
rotineiras de atendimento desempenhadas pelos profissionais de todo Brasil,
desde regiões remotas, como aldeias indígenas da região Norte, até municípios
da grande São Paulo (SP).
“A
referência descentralizada da Amazônia, Ivone Canales, vencedora do concurso
cultural, nos trouxe uma foto, dentre todas as participantes, que ilustra bem
esse atendimento na ponta, trazendo para nós uma parte desse trabalho que muita
gente desconhece e do qual eu tenho muito orgulho. Nessas imagens temos o
verdadeiro Programa Mais Médicos, com os profissionais em atendimento,
colaborando para a construção de um SUS cada vez mais acessível à população”,
afirmou o diretor do DEPREPS, Denilson Campello.
Por
Priscilla Klein, do NUCOM/SGTES
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