Objetivo
é evitar o surgimento de bactérias resistentes a tratamentos usados atualmente.
O tema é foco da Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos.
Embora
pareçam inofensivos, a automedicação e o uso indevido de antibióticos e
outros medicamentos causam sérios problemas à saúde
pública. Isso porque o consumo inadequado de certos produtos
farmacêuticos provoca o que as autoridades sanitárias chamam de
resistência antimicrobiana, fenômeno caracterizado pelo desenvolvimento de superbactérias
capazes de resistir aos efeitos dos tratamentos das doenças.
Essa
resistência acontece quando bactérias são expostas, repetidas vezes, ao
uso de um ou mais produtos, como antibióticos e antivirais, entre outros. Com o
tempo, esses produtos deixam de ser eficazes contra os agentes etiológicos que
causam as enfermidades, e os medicamentos passam a ser limitados no combate à
doença.
O
problema é tão sério que mobiliza governos em todo o mundo, pois gera uma
série de consequências para toda a população, como o prolongamento de doenças e
o aumento da taxa de mortalidade e internações hospitalares, bem como a
ineficiência de terapias preventivas.
Plano de Ação
Para
enfrentar essa situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em
2015, o Plano de Ação Global em Resistência a Antimicrobianos, que serviu de
base para diversos países traçarem suas estratégias.
A
resistência ocorre mais frequentemente com antibióticos, mas também
afeta antivirais, antifúngicos e antiparasitários. Antimicrobiano é o nome
comum para todos estes medicamentos.
No
Brasil, a elaboração de um Plano de Ação
Nacional envolve diversos órgãos, em uma parceria entre a Anvisa e os
ministérios da Saúde, Agricultura, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente.
Como
complemento às estratégias nacionais, a Anvisa elaborou um plano de ação
próprio, indicando o papel da vigilância sanitária nos esforços do país para a
prevenção e o controle da resistência aos antimicrobianos, com atividades
previstas até 2021.
O plano foi construído
no âmbito da Comissão de Vigilância Sanitária em Resistência aos
Antimicrobianos e contou com a participação de 20 áreas da Agência.
Objetivos da Anvisa
Para conter o
problema no país, foram estabelecidos nove objetivos, que incluem ações
de conscientização
da sociedade e de capacitação sobre a resistência
antimicrobiana, voltada para profissionais de saúde, serviços e
gestores do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
Outros objetivos são: aprimoramento
da rede nacional de laboratórios para o monitoramento e a vigilância
em resistência aos antimicrobianos; ampliação do conhecimento relacionado ao
tema, por meio de estudos e pesquisas; desenvolvimento de trabalho
conjunto com o Ministério da Saúde na definição de uma política
abrangente de prevenção e controle de infecções; e redução da incidência de
infecções.
Também
estão previstas medidas que visam qualificar
as prescrições médicas de antimicrobianos e reduzir o uso
indiscriminado desse tipo de medicamento, além de aprimorar ações regulatórias
a respeito da presença dos resíduos desses produtos em alimentos.
Esse
conjunto de ações visa uma mudança de comportamento nos próximos anos, com
vistas à redução do uso incorreto de antibióticos e outros produtos, com
consequente queda das infecções e dos riscos causados à população.
Dados mundiais
Se
medidas não forem tomadas, estimativas indicam que em 2050 uma pessoa morrerá a
cada três segundos em consequência de agravos causados por
resistência aos antimicrobianos, o que representará 10 milhões de óbitos por
ano, ultrapassando a atual mortalidade por câncer (8,2 milhões de
mortes/ano).
Com
relação ao uso desses produtos, entre 2000 e 2010 foi registrado um
aumento de 36% no consumo de antimicrobianos em 71 países, sendo que Brasil,
Rússia, Índia, África do Sul e China responderam por três quartos (75%) desse
crescimento.
No
Brasil, somente em 2015, foram comercializadas 73 milhões de embalagens de
antimicrobianos, de acordo com dados do Sistema de Acompanhamento do
Mercado de Medicamentos (Sammed).
Mobilização
O
enfrentamento do problema requer a participação de toda a sociedade. Nesse
sentido, a OMS promove a Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos, que,
neste ano, ocorre de 12 a 18 de novembro de 2018. Com o tema: “A
mudança não pode esperar. Nosso tempo com antibióticos está se esgotando”,
a mobilização chama a atenção das pessoas para a necessidade de busca de
orientação antes do uso de antibióticos.
Leia
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Conheça
a estratégia de outros órgãos:


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