Publicado em 22/08/2021 -16:06 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A plataforma digital CovidScan
foi desenvolvida para apoiar profissionais de saúde na identificação e
diagnóstico da covid-19 e começou a ser testada na Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz). A plataforma foi desenvolvida pela Petrec, empresa criada no
Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) do Instituto
Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Segundo a Petrec, a CovidScan
é um módulo da plataforma HealthScan. A ideia não é ficar centrado somente na
covid-19, mas ampliar o uso para outras patologias.
O diretor-executivo da Petrec,
Josias José da Silva, disse que os pesquisadores vão manter a parte de
inteligência artificial (IA) em nuvem, de forma que ela vai se aprimorando e
aprendendo cada vez mais ao longo dos anos, à medida que o uso também vai se
ampliando em outras unidades. A computação em nuvem é uma tecnologia que
permite a distribuição dos seus serviços de computação e o acesso online sem a
necessidade de instalar programas. “A gente consegue, com o tempo, estar
aumentando a inteligência [artificial]”, disse.
Imagens
A plataforma CovidScan reúne
tomografias de pulmão e raios X de tórax. Silva explicou que a partir dessas
imagens, a CovidScan utiliza padrões que tanto aumentam como reduzem a
densidade pulmonar. “A gente consegue definir qual a parte do pulmão que tem
esses acometimentos que tanto reduzem como aumentam essa densidade, e também a
quantidade percentual do volume do pulmão total”.
Segundo Silva, isso é feito
atualmente “no olho” e a máquina consegue definir com precisão qual é o
percentual do pulmão que está acometido com aquela enfermidade. “Esse é o
objetivo da plataforma”.
As imagens são classificadas
por tipo de patologia, com o objetivo de facilitar o prognóstico médico. A
comparação das imagens do pulmão do paciente com imagens previamente
classificadas pode colaborar com o médico no diagnóstico da doença e na tomada
de decisão, seja pela internação imediata, ou no tratamento mais adequado.
Testes iniciados
O sistema foi configurado no
mês passado na Fiocruz e a fundação depende da liberação de uma porta do
tomógrafo pelo fabricante do equipamento para começar os testes práticos no dia
a dia médico, o que deve ocorrer na próxima semana.
As imagens são classificadas
por tipo de patologia, com o objetivo de facilitar o prognóstico médico. A
comparação das imagens do pulmão do paciente com imagens previamente
classificadas pode colaborar com o médico no diagnóstico da doença e na tomada
de decisão, seja pela internação imediata, ou tratamento mais adequado. O
trabalho tem a colaboração do professor Alexandre Evsukoff da Coppe.
Como na Fiocruz os exames não
podem ir para a nuvem, foi criada uma nuvem interna. “A gente colocou lá um
computador com processamento gráfico (GPU)”, disse Silva. Essa máquina faz a
integração do sistema CovidScan com o ambiente operacional da unidade médica.
Segundo o pesquisador, os dois sistemas vão atuar de forma paralela, de modo
que o da empresa tenha como importar tomografias e radiografias dos pacientes,
realizados pela Fiocruz, exportando depois os resultados para os médicos da
fundação. A validação da parte operacional é a fase final do projeto.
Miguel Couto
A CovidScan será testada
também no Hospital Municipal Miguel Couto. Os pesquisadores da Petrec estão
configurando a máquina no local. A expectativa é que ela esteja operacional na
semana que vem. O computador vai fazer a comunicação entre a estação de
trabalho do tomógrafo e a nuvem, onde ficarão hospedados os dados do paciente. Lá,
a equipe da Petrec terá acesso às informações para fazer o processamento
com inteligência artificial.
A partir da continuidade do
projeto, a meta é evoluir para diagnóstico de outras doenças, entre as quais
aneurisma de aorta e enfisemas. O projeto da Petrec foi desenvolvido graças a
um financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no valor de R$
1,2 milhão. Silva disse que a intenção é buscar novos patrocínios junto à
Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj),
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), governo
fluminense e prefeitura do Rio de Janeiro.
“A proposta do projeto é
validar agora e torná-lo utilizável principalmente no sistema público de
saúde”, disse Silva.
Edição: Claudia Felczak
0 comentários:
Postar um comentário