Três frigoríficos foram
interditados e 33 servidores envolvidos na Operação Carne Fraca destituídos das
funções que ocupavam no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), anunciou o secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki. As medidas
foram tomadas em função da operação desencadeada nesta sexta-feira (17) pela Polícia
Federal, que investiga o pagamento de propina para obtenção de licenças
sanitárias.
O secretário observou que o
corpo técnico do Mapa é altamente qualificado e que o sistema de inspeção
federal é robusto, sendo submetido a avaliações constantes, incluindo as de
autoridades sanitárias estrangeiras por parte de 150 países importadores de
carnes brasileiras. 'Não vamos tolerar desvios e atos de corrupção. Estamos
tomando medidas enérgicas em relação a servidores e empresas e compartilhando
informações com a Polícia Federal e com o Ministério Público”, disse Novacki.
As intervenções do Mapa
ocorreram no frigorífico da BRF de Mineiros (GO), de abate de frangos, e nas
unidades da Peccin em Jaraguá do Sul (SC) e em Curitiba (PR), que produzem
embutidos (mortadela e salsicha).
Em relação aos servidores,
estão sendo abertos processos administrativos. “Cabe ressaltar que há processos
que foram abertos já no passado, em fase de investigação, e que estamos dando
todo o suporte à PF”, ressaltou o secretário. As primeiras denúncias do caso
divulgado hoje ocorreram há quase sete anos e, há dois anos, foram iniciadas as
investigações culminado com as prisões e conduções coercitivas”, acrescentou.
O secretário enfatizou que o
Mapa não admite atos ilícitos e apoia integralmente quaisquer ações que visem
coibi-los. Além de desenvolver ações próprias, assinalou, o Ministério da
Agricultura tem parcerias com outros órgãos federais para fornecer dados,
coletas oficiais de amostras, análises laboratoriais e resultados de ações
fiscalizatórias.
Novacki admitiu preocupação
com repercussão no exterior, observando que o Brasil é um grande player no
mercado internacional do agronegócio. Mas ressaltou que as denúncias se referem
a casos isolados e que o produto brasileiro tem reconhecimento no exterior. Ele
lembrou ainda medidas adotadas no Mapa, desde que Blairo Maggi é ministro, como
mudanças legais – entre elas portaria que impede a remoção de fiscais por parte
de superintendentes regionais, sem motivação.
Em novembro do ano passado,
Maggi publicou a Portaria 257/2016, que centralizou na Secretaria de Defesa
Agropecuária e na Secretaria-Executiva essas remoções. “É um dos mecanismos
adotados nesta gestão que contribui para evitar a repetição de fatos como os
apurados pela PF”, disse Novacki. O secretário afirmou ainda que, em 10 meses,
desde que Maggi, assumiu foram abertos mais processos administrativos do que
nos dois anos anteriores.
Coordenação-geral de
Comunicação Social, foto: Carlos Silva/Mapa
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