Laboratório está entre os três
eleitos pelo Ministério da Saúde para desenvolvimento desta plataforma e vai
assumir quatro parcerias para fabricação de medicamentos de câncer e artrites
Dentro da política de inovação
do Ministério da Saúde, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) ficará
responsável por transferência de tecnologia de quatro medicamentos biológicos.
São produtos para tratamento de câncer, artrite e doenças autoimunes. O anúncio
das parcerias foi feito pelo ministro Ricardo Barros, nesta segunda-feira
(6/3), durante inauguração de novo espaço do Tecpar em Curitiba. Além do
laboratório paranaense, outros duas instituições públicas – Biomanguinhos e
Butantan – foram eleitas para o desenvolvimento da plataforma de biológicos.
A nova distribuição das
Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que preveem transferência de
tecnologia entre laboratórios públicos e privados, foi lançada no ano passado
pelo Ministério da Saúde com objetivo de tornar mais eficiente o projeto. Ao
todo, são oito áreas priorizadas: síntese química, hemoderivados,
fitoterápicos, doenças raras, doenças negligenciadas, produtos para a saúde e
medicina nuclear, além de biológicos. A escolha de três laboratórios para
concentrar as plataformas de biológicos levou em conta a expertise no tema e a
existência de iniciativas promissoras no desenvolvimento de tecnologia
monoclonal, a tecnologia mais avançada da indústria farmacêutica.
“Esses laboratórios vão
produzir esses medicamentos e vender de imediato para o governo com 30% de
descontos. Por isso que é muito importante para o Brasil, o processo de
parceria para o desenvolvimento produtivo, porque nos dá economia imediata e
perspectiva de ter tecnologia produzida no país para esses e para novos
medicamentos que estão sendo desenvolvidos” destacou o ministro, Ricardo
Barros.
Com a nova distribuição, o
Tecpar vai atender parte da demanda do Ministério da Saúde pelos medicamentos
biológicos. A expectativa é que haja um investimento privado de mais de R$ 6
bilhões para o incentivo á produção dos medicamentos biológicos, construção de
pelo menos três novas fábricas, geração de empregos qualificados e do
envolvimento de cerca de 450 doutores especializados em pesquisas para auxiliar
o desenvolvimento de medicamentos e produtos para a saúde.
O presidente do Instituto de
Tecnologia do Paraná, Júlio Félix, ressaltou a importância do incentivo do
Ministério da Saúde para os laboratórios públicos. “É o início de um processo.
Esse incentivo aos laboratórios públicos produtores de medicamentos amplia a
participação nacional de forma a economizar para a população brasileira”,
finalizou.
Os quatro produtos
(Bevacizumabe, Etanercept, Infliximabe e Trastuzumabe) que serão desenvolvidos
pela TECPAR por meio de acordos com empresas privadas são estratégicos para o
SUS e atualmente importados. Com as parcerias, o país passa a ter tecnologia
para fabricação nacional, reduzindo o custo para a saúde pública. Já no
primeiro ano, o valor cai 30%.
INVESTIMENTO –
Durante o evento, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou a compra de 30
milhões de doses da vacina antirrábica produzida pelo Instituto de Tecnologia
do Paraná (TECPAR). Ao todo, serão destinados ao laboratório R$ 38,4 milhões.
O Tecpar é fornecedor da
vacina antirrábica ao Ministério há mais de 40 anos e frequentemente vem
atualizando o seu processo produtivo, alcançando novos patamares de qualidade,
nivelando-se aos produtores mundiais. O método utilizado pelo laboratório é o
do cultivo celular e o processo de perfusão, capaz de induzir maior produção de
anticorpos e, desta forma, não provocar efeitos colaterais.
A raiva é uma doença
infecciosa aguda causada por um vírus que acomete mamíferos, inclusive o homem,
e é transmitida principalmente por meio da mordida de animais infectados.
Atualmente, o Brasil encontra-se próximo à eliminação da doença causada por
vírus canino. A quantidade de vacinas adquirida garante a imunização de animais
por um ano.
ESPAÇO FUTURO - O
ministro ainda participou da inauguração oficial do Espaço Futuro, uma área no
campus CIC do Tecpar que foi revitalizada para se tornar um espaço de
convivência dos colaboradores do instituto e que abriga lagos que ajudam na
contenção de enchentes para o Rio Barigui, que passa próximo ao local.
Por Victor Maciel da
Agência Saúde
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