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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Conexão Brasília com o jornalista olho Vivo Edmar Soares

-- Brasília, 8 de setembro

-- Manifestações: O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e não uma ruptura institucional, foi o principal alvo dos discursos que o presidente Jair Bolsonaro fez ontem em Brasília e São Paulo.

-- Alvo: Em manifestações consideradas numerosas e pacíficas, o presidente afirmou que ele e seus apoiadores não admitirão que "pessoas como Alexandre de Moraes açoitem a democracia e desrespeitem a constituição”.

-- Mensagem: Em rede social, o senador Flávio Bolsonaro deixou claro o endereçamento do discurso do pai, dizendo que "não tem absolutamente nada a ver com ataque a STF ou Congresso, muito pelo contrário" e "que os 10 do STF possam resolver internamente o único desestabilizador da democracia no momento”.

-- Ruído: Bolsonaro também disse que não respeitará decisões de Moraes, sugerindo que pode passar a desobedecer determinações judiciais.

-- Análise: Apesar de ficar claro que a capacidade de mobilização do bolsonarismo continua muito forte, o país caminha para um cenário político marcado pelo populismo, a desunião entre os três Poderes e uma eleição ultrapolarizada, avalia o diretor-geral da Mover, Guillermo Parra-Bernal.

-- Pauta econômica: O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, disse que, com os protestos pró-governo de ontem, "o recado está dado ao Supremo". Segundo Barros, "se o STF não entender o recado, vamos continuar com a corda esticando". Ele disse também que "quem está fora do compasso é o Supremo" e que "manifestações não irão atrapalhar o avanço da agenda econômica", conforme a Arko Advice.

-- PEC dos precatórios:

O relator na Câmara, Darci de Matos, disse ao Valor que o tom mais duro de Bolsonaro nos atos de ontem deve atrapalhar um acordo por meio do Judiciário para solução do pagamento das dívidas.

-- Reações: O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, suspendeu as atividades desta semana na Casa. O presidente do STF, Luiz Fux, fará pronunciamento a partir das 14h00 em resposta aos discursos.

-- Inelegibilidade: Ministros de cortes superiores de Justiça, como o STF, ouvidos pela CNN Brasil, avaliaram que os discursos do presidente agravaram a situação política dele e, tendo em vista que o Judiciário ainda não aposta que um processo de impeachment, cresce a tese da inelegibilidade de Bolsonaro.

-- Clima: Na Câmara, o clima  é favorável para aprovação das propostas do governo, mas no Senado a situação é bem mais crítica, reporta o Valor Econômico.

-- Agenda: A Câmara pode votar a Reforma Eleitoral, e o STF retoma o julgamento sobre o marco temporal de terras indígenas.

Edmar Soares

DRT - 2321

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