A forte contribuição do
Programa Mais Médicos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)
brasileiro foi consenso entre os participantes da mesa de abertura de um
seminário organizado nesta segunda-feira (5) pela Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS). O evento científico busca analisar os resultados dos três
primeiros anos de implantação do provimento emergencial de médicos – um dos
eixos da iniciativa – e estabelecer uma agenda de pesquisas, fontes de
financiamento e marcos comuns de avaliação.
“A OPAS tem o compromisso de
fomentar estudos e apoiar na divulgação dos resultados do Mais Médicos dentro e
fora do Brasil, tendo em vista que os países das Américas têm desafios
sanitários semelhantes e podem se beneficiar da experiência do programa”,
afirmou o Representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Joaquín Molina.
O secretário Executivo do
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Jurandir Frutuoso, destacou
a participação da OPAS e de todos os outros atores que fazem ou fizeram parte
do programa. “O toque de pele, o olhar no olho também fazem parte da cura. E é
isso que os médicos cubanos trouxeram. Precisamos avaliar como fortalecer a
cooperação fazendo com que essa experiência possa contaminar no bom sentido
outros profissionais também”.
Segundo a conselheira do
Conselho Nacional de Saúde (CNS) Juliana Acosta Santoro, o Mais Médicos tem
sido uma política eficaz para todos os brasileiros. “No CNS, eu represento os
trabalhadores e trabalhadoras da saúde, uma população que indiretamente também
se beneficiou com a ampliação do acesso aos serviços de saúde. O programa vem
superando os vazios assistenciais e inequidades de acesso à saúde, em lugares
onde médicos e médicas brasileiras ou não tinham interesse ou não conseguiam se
estabelecer”.
A vice-presidente do CONASEMS,
Iolete Arruda, lembrou que sua instituição se empenhou em defender o Mais
Médicos no Congresso Nacional. “Quem vive na base sente a dedicação, a atenção,
o carinho, o cumprimento da carga horária desses profissionais cooperados. O
CONASEMS é a instituição mais beneficiada com o programa, porque é no município
que tudo acontece. E os municípios querem continuar com esses profissionais,
que tornam o SUS mais forte”.
A diretora do Conselho da
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Leonor Pacheco, também
ressaltou a participação da entidade desde o início da iniciativa. “A ABRASCO
está à frente e lado a lado de todos que desejam a cobertura universal de
saúde”.
Para a coordenadora-Geral de
Expansão e Gestão da Educação em Saúde, Erika Rodrigues, é uma satisfação
pessoal e profissional chegar aos três anos do programa e garantir a
continuidade da iniciativa. “É inegável o papel desse programa no
fortalecimento do SUS, da atenção básica e como um capítulo da reforma
sanitária brasileira”.
O secretário de Vigilância em
Saúde substituto do Ministério da Saúde, Alexandre Fonseca, concorda. “É uma
das maiores e melhores iniciativas de políticas públicas de saúde, que visou
cobrir essa distorção dos vazios assistenciais do país. Sem dúvida é a
iniciativa mais concreta realizada no Brasil nos últimos anos”, analisou.
A ministra Conselheira da Embaixada de Cuba no Brasil, Cristina Luna, avaliou
que a troca de experiências foi benéfica para ambos os países. “Os nossos
profissionais se dizem muito satisfeitos de estarem atendendo a população mais
pobre e incidir na transformação do estado de saúde dos brasileiros. E eles
voltam para Cuba com uma nova experiência de atenção primária. Eles aprenderam
muito também com o Brasil e com o SUS”.
O “Seminário Programa Mais
Médicos (PMM): Resultados, Lições Aprendidas e Desafios” ocorre até esta
terça-feira (6), na sede da OPAS/OMS.
Mais Médicos
O Mais Médicos foi criado em 2013 pelo Governo Federal brasileiro, com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e periferias das grandes cidades. A Representação da OPAS/OMS no Brasil colabora com a iniciativa intermediando a vinda de médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país.
O Mais Médicos foi criado em 2013 pelo Governo Federal brasileiro, com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e periferias das grandes cidades. A Representação da OPAS/OMS no Brasil colabora com a iniciativa intermediando a vinda de médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país.
Os médicos cubanos atuam na
área de Atenção Básica, atendendo pessoas com diabetes, hipertensão e
hanseníase, entre outras doenças, além de promoverem ações educativas. Eles
também estão entre os profissionais que trabalham na prevenção e diagnóstico do
vírus zika e no acompanhamento de crianças com microcefalia.
Uma pesquisa feita pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de
Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) – com aproximadamente 14 mil
entrevistas – apresentou avaliações positivas da população sobre o desempenho
dos profissionais brasileiros e estrangeiros que integram a iniciativa. Do
total de entrevistados, 81% possuem baixa renda e 95% afirmaram estar
satisfeitos com o programa. De 0 a 10, deram nota 8,4. Entre os indígenas, a
média foi de 8,7.
Fonte: Portal paho.org
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