MERCADO FINANCEIRO
Brasília, 10 de dezembro – Os
mercados globais operam mistos, com os futuros americanos apontando para leve
alta, à espera dos dados de inflação nos Estados Unidos, que pode acelerar para
o maior patamar em 39 anos, enquanto aqui no Brasil saem os dados do Índice de
Preços ao Consumidor Amplo, que deve encostar nos 11% no acumulado de 12 meses.
A inflação ao consumidor
americano de novembro será divulgada às 10h30 e é o último dado relevante antes
da reunião do Federal Reserve, o banco central americano, que acontece na
próxima quarta-feira. Se o dado vier em linha com o consenso, haverá
desaceleração na base mensal, de 0,90% para 0,70%, mas aceleração no anual, de
6,20% para 6,80%, que será o maior nível desde meados dos anos 80.
Com o dado no radar, os futuros
dos índices americanos sobem em média 0,3%, enquanto o rendimento dos
Treasuries de dez anos avança 3 pontos-base, atingindo 1,516%. O Índice Dólar
DXY, que mede a força da moeda americana ante divisas pares, avança 0,15%,
rondando as máximas do ano.
Mais cedo, a inflação na
Alemanha veio em linha com o consenso, mas acumulando 5,20% na base anual, a
maior leitura em 29 anos. Nessa linha, os índices europeus recuavam levemente,
como Europe Stoxx 600 perdendo 0,38% perto das 08h00, ponderando também a
desaceleração maior do que o previsto do Produto Interno Bruto do Reino Unido.
No Brasil, o destaque também é
a inflação, a ser divulgada às 10h00 pelo IBGE. A expectativa do mercado é para
uma leve desaceleração em novembro, de 1,25% em outubro para 1,08%, o que
levaria o acumulado de 12 meses para 10,88%. Se confirmado, esse seria o maior
patamar desde novembro de 2003. Se vier pior, a curva de juros pode iniciar o
pregão com forte viés de alta, repercutindo um ciclo de aperto monetário mais
longevo.
No noticiário corporativo, os
investidores acompanham a coletiva de imprensa da Nu Holdings, a controladora
do Nubank, às 11h30. A empresa teve ontem a estreia na bolsa de Nova York,
levantando US$2,6 bilhões.
Na agenda de autoridades, o
presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia militar às 10h30 e às 13h30
terá seu discurso gravado exibido na “Cúpula pela Democracia”, organizada pelo
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ontem, Bolsonaro voltou a dizer que
os preços de combustíveis devem cair “nas próximas semanas”, mas disse que não
tem informações privilegiadas sobre a Petrobras.
Bolsa - Índice futuro do
Bovespa deve abrir em baixa, repercutindo o IPCA e a cautela no exterior antes
da inflação nos EUA. O índice EWZ operava em leve baixa de 0,20% no pré-mercado
de Nova York perto das 08h20, enquanto os ADRs da Petrobras recuavam 1,79%.
Câmbio - Dólar deve abrir em
alta, em linha com o Índice Dólar DXY, que ronda as máximas antes do CPI
americano. A expectativa de um Fed mais severo também pesa sobre as divisas
emergentes, como o real.
Juros - Curva DI deve abrir em
alta, especialmente se o IPCA superar o consenso. A alta do dólar também deve
puxar os juros.
Edmar
Soares
DRT - 2321
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