Destaques

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Conexão Brasília com o jornalista Olho Vivo Edmar Soares

MERCADO FINANCEIRO

Brasília, 10 de dezembro – Os mercados globais operam mistos, com os futuros americanos apontando para leve alta, à espera dos dados de inflação nos Estados Unidos, que pode acelerar para o maior patamar em 39 anos, enquanto aqui no Brasil saem os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que deve encostar nos 11% no acumulado de 12 meses.

A inflação ao consumidor americano de novembro será divulgada às 10h30 e é o último dado relevante antes da reunião do Federal Reserve, o banco central americano, que acontece na próxima quarta-feira. Se o dado vier em linha com o consenso, haverá desaceleração na base mensal, de 0,90% para 0,70%, mas aceleração no anual, de 6,20% para 6,80%, que será o maior nível desde meados dos anos 80.

Com o dado no radar, os futuros dos índices americanos sobem em média 0,3%, enquanto o rendimento dos Treasuries de dez anos avança 3 pontos-base, atingindo 1,516%. O Índice Dólar DXY, que mede a força da moeda americana ante divisas pares, avança 0,15%, rondando as máximas do ano.

Mais cedo, a inflação na Alemanha veio em linha com o consenso, mas acumulando 5,20% na base anual, a maior leitura em 29 anos. Nessa linha, os índices europeus recuavam levemente, como Europe Stoxx 600 perdendo 0,38% perto das 08h00, ponderando também a desaceleração maior do que o previsto do Produto Interno Bruto do Reino Unido.

No Brasil, o destaque também é a inflação, a ser divulgada às 10h00 pelo IBGE. A expectativa do mercado é para uma leve desaceleração em novembro, de 1,25% em outubro para 1,08%, o que levaria o acumulado de 12 meses para 10,88%. Se confirmado, esse seria o maior patamar desde novembro de 2003. Se vier pior, a curva de juros pode iniciar o pregão com forte viés de alta, repercutindo um ciclo de aperto monetário mais longevo.

No noticiário corporativo, os investidores acompanham a coletiva de imprensa da Nu Holdings, a controladora do Nubank, às 11h30. A empresa teve ontem a estreia na bolsa de Nova York, levantando US$2,6 bilhões.

Na agenda de autoridades, o presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia militar às 10h30 e às 13h30 terá seu discurso gravado exibido na “Cúpula pela Democracia”, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ontem, Bolsonaro voltou a dizer que os preços de combustíveis devem cair “nas próximas semanas”, mas disse que não tem informações privilegiadas sobre a Petrobras.

Bolsa - Índice futuro do Bovespa deve abrir em baixa, repercutindo o IPCA e a cautela no exterior antes da inflação nos EUA. O índice EWZ operava em leve baixa de 0,20% no pré-mercado de Nova York perto das 08h20, enquanto os ADRs da Petrobras recuavam 1,79%.

Câmbio - Dólar deve abrir em alta, em linha com o Índice Dólar DXY, que ronda as máximas antes do CPI americano. A expectativa de um Fed mais severo também pesa sobre as divisas emergentes, como o real.

Juros - Curva DI deve abrir em alta, especialmente se o IPCA superar o consenso. A alta do dólar também deve puxar os juros.

Edmar Soares

DRT - 2321

0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda