Ministério da Saúde publicou
documento que orienta profissionais de saúde de todo o país a diagnosticarem e
tratarem pessoas com a doença genética rara mucopolissacaridose tipos IV A e
VI. Tratamento adequado deve reduzir complicações
A partir de agora, pacientes
com a doença rara mucopolissacaridose (MPS) tipos IV A e VI passam a contar com
tratamento específico no Sistema Único de Saúde (SUS). Na última semana, o
Ministério da Saúde publicou documentos que orientam profissionais de saúde no
diagnóstico e tratamento dos dois tipos da doença (IV A e VI), incluindo desde medicamentos a cuidados auditivos,
dentários, ortopédicos e cirúrgicos, se necessários. A estimativa é de que haja
no Brasil 183 pessoas com o tipo VI e cerca de 153 com o tipo IV A da doença,
que consiste em um distúrbio genético que provoca malformações e dificuldades
motoras, auditivas e visuais.
Profissionais de saúde de todo
o país e pacientes podem acessar os protocolos para os tipos IV A e VI. Os documentos também trazem informações sobre sintomas,
como a doença se manifesta, incidência, como diagnosticar e, ainda, orientam a
oferta e o acesso do tratamento pelo SUS.
Os pacientes com o tipo IV A
terão disponível no SUS o medicamento Alfaelosulfase. E aqueles com o tipo VI
poderão contar com o Galsulfase. Os fármacos já haviam sido incorporados no SUS
no final do ano passado. Por isso, a necessidade da elaboração dos Protocolos
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs) com orientações sobre o uso,
incluindo a dosagem, que varia de acordo com o peso corporal. A administração
dos medicamentos deve ser feita em centros de referência para atendimento de
doenças raras por se tratar de infusão intravenosa (injeção de agulha).
Esses medicamentos auxiliam no
controle da doença, que não tem cura, por meio da injeção de enzimas
deficitárias no organismo de pacientes com mucopolissacaridose. Trata-se da
chamada Terapia de Reposição Enzimática. As enzimas são substâncias (proteínas)
que participam de reações químicas no organismo, como produção de energia e
digestão de alimentos, processos fundamentais para a vida.
A Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologia no Sistema Único de Saúde (Conitec) elaborou ambos
os protocolos, que foram submetidos à consulta pública para contribuições de
pesquisadores, associações, pacientes e interessados no tema.
TRATAMENTO PARA A DOENÇA RARA
O diagnóstico da doença é
feito por exames bioquímicos e/ou genéticos ofertados no SUS. O tratamento para
os dois tipos da doença (IV A e VI) envolve equipe multidisciplinar para
cuidados, intervenções específicas, como a Terapia de Reposição Enzimática, e
cirurgias para correção de alterações esqueléticas.
Além desses dois tipos, a
doença apresenta outros quatro estágios. Em junho do ano passado, o Ministério
da Saúde já havia incorporado os medicamentos Laronidase e Idursulfase Alfa
para o tratamento de mucopolissacaridose tipos I e II.
MUCOPOLISSACARIDOSES - DOENÇA
GENÉTICA RARA
As mucopolissacaridoses são
doenças causadas pela falta ou deficiência de enzimas que auxiliam em reações
químicas do organismo e, com a falta delas, há alterações no funcionamento dos
órgãos, resultando em limitações no desenvolvimento motor como, por exemplo,
dificuldades para ver e ouvir, desalinhamento dos joelhos, alterações faciais e
baixa estatura, além de outras complicações gastrointestinais e
cardiovasculares.
A doença não tem cura, mas,
quando tratada adequadamente, é possível não só reduzir as complicações e
sintomas, mas também impedir o agravamento.
A mucopolissacaridose
tipo IV A, conhecida também como Síndrome de Mórquio, se manifesta nos
primeiros anos de vida e causa diversas alterações ósseas nos pacientes, como
baixa estatura desproporcionada (tronco curto) e alterações articulares
bilaterações (rigidez, dor, contraturas). Estes quadros geram limitações no
desenvolvimento motor que podem, inclusive, evoluir para tetraplegia.
Diferentemente de outras MPS, a Síndrome de Mórquio não causa alterações no
sistema nervoso central.
O tipo VI da doença é também
conhecido como Síndrome de Maroteaux-Lamy. Pacientes portadores desse tipo são
saudáveis no nascimento, mas, ao longo do crescimento, passam a apresentar
alterações motoras e oculares. Entre os sintomas estão perda auditiva, mãos em
garra, alterações esqueléticas (limitação da amplitude de movimento).
Por Natália Monteiro, daAgência Saúde
1 comentários:
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