O Pacto Global das Nações Unidas lançou uma
força-tarefa de diretores financeiros de grandes empresas para criar um
programa de dois anos que visa colocar o setor financeiro global no centro da Agenda
2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Durante o SDG Investment Forum, realizado em Milão,
diretores financeiros (CFO2, na sigla em inglês) de empresas globais
concordaram em dar a largada ao diálogo com líderes de empresas para que
encontrem, juntos, soluções para o desenvolvimento sustentável e para a
escalada nos investimentos ligados aos ODS.
“A comunidade de CFOs e suas empresas administram
14 trilhões de dólares em investimentos anuais globalmente, incluindo mais de 7
trilhões de dólares em mercados emergentes”, disse Lise Kingo, CEO e Diretora
Executiva do Pacto Global das Nações Unidas.
“Por meio da nossa força-tarefa, queremos engajar
os CFOs e fazê-los alavancar trilhões de investimentos com foco e estratégias
de negócios que fechem a lacuna de financiamento dos ODS.”
“Nossa visão é criar uma plataforma para que CFOs
colaborem e tragam resultados positivos para os ODS. Para alcançar isso, a
força-tarefa desenvolverá um conjunto de princípios alinhados aos ODS e ao
ambiente corporativo que ajudará empresas a integrar os objetivos globais nas
suas estratégias financeiras”, adicionou.
A força-tarefa atua para engajar as quase 10 mil
empresas que participam do Pacto Global das Nações Unidas e incluir um
formulário anual que monitora o progresso da comunidade mundial de CFOs.
A equipe de Financiamento Sustentável do Pacto
Global liderado por Marie Morice continuará recrutando mais CFOs nos próximos
meses, incluindo parcerias com a rede CFO Accounting for Sustainability’s
(A4S).
Novas ferramentas para os investidores
A força-tarefa de CFOs será liderada pelas empresas
Enel e PIMCO, em uma coordenação próxima com parceiros como o PRI – em inglês,
Principles for Responsible Investment, UNEP-FI, A4S, IMP e o Global Investors
for Sustainable Development (GISD).
Sua criação vem do reconhecimento de um impacto
sistêmico da sustentabilidade nos negócios, sempre em busca de transformações
de todo o mundo corporativo e dos modelos de produção, assim como dos
investimentos internos.
Alberto De Paioli, CFO da Enel e um dos
coordenadores da força-tarefa, diz que “por meio da iniciativa, queremos dar
respostas para o mundo não apenas com retóricas ou promessas, mas com metas
claras e resultados sólidos”.
“Queremos implementar um plano global de ação,
promovendo o ‘mindset’ e a abordagem característica dos CFOs alinhada a ações
concretas para alavancar estratégias ligadas aos ODS. Isso gera impacto nas
relações com investidores, agências de risco e na forma como nos comunicamos
com todos os nossos parceiros.”
A força-tarefa visa endereçar a necessidade de
criar ferramentas para os CFOs e aumentar o capital dos investidores,
transferindo recursos para um caminho que maximiza o impacto positivo.
A iniciativa também quer reduzir a lacuna de
investimento em setores-chave do mercado, injetando ao menos 638 bilhões de
dólares anualmente em Investimento Estrangeiro Direto (IED) nos mercados
emergentes.
“O caminho de mudança para um investimento
sustentável continua acelerando até um nível marcante. Esse esforço deve ajudar
investidores na hora de avaliar riscos e retornos e contribuir com a comunidade
de investimentos para que ela se torne uma participante ativa da mudança
positiva da sociedade”, disse Scott Mather, diretor de gestão da PIMCO.
“Precisamos que investidores trabalhem juntos com
as questões ligadas a um mercado sustentável para além dos títulos verdes, e
continue nesse esforço para o alcance dos ODS”.
Participantes fundadores da Força Tarefa CFO do
Pacto Global
▪ BASF
▪ Braskem
▪ Enel
▪ Eni
▪ FCC Construcción
▪ Global Impact Initiative
▪ Iberdrola
▪ Moody’s
▪ PIMCO
▪ Pirelli
▪ SkyPower
▪ Sompo Japan Nipponkoa Asset Management
▪ Terna
▪ Pearson
▪ Tesco
▪ Turkcell
UNPFA
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