Deputado diz que é preciso um
sistema para garantir investimentos contínuos ao setor
O Brasil ocupa a 57ª posição
no ranking de 132 países no Índice Global de Inovação, o que, segundo a
diretora de inovação da Confederação Nacional da Indústria, Gianna Sagazio, é
uma posição incompatível com o desenvolvimento econômico brasileiro.
“Infelizmente, a gente vai ver
que o Brasil fica numa posição mediana que não é compatível com o potencial da
nossa economia, a sofisticação do setor empresarial, a boa qualidade da nossa
produção acadêmica o Brasil deveria estar, pelo menos, entre os 20 países mais
inovadores do mundo", diz ela.
Billy Boss/Câmara dos
Deputados
Gianna Sagazio participou de
reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara e lamentou que desde 2011
o país caiu dez posições nesse ranking – resultado do investimento em ciência e
tecnologia, que atualmente gira em torno de 0,5% do PIB.
O representante da empresa
pública de fomento à ciência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), André
Godoy, destacou que em 15 anos foram investidos R$ 15 bilhões em universidades
e institutos de tecnologia e que para 2022 estão previstos recursos da ordem de
R$ 8 bilhões para créditos e recursos não reembolsáveis.
“É financiamento não
reembolsável aos institutos de ciência e tecnologia e aí são as universidades e
os institutos; aceleração e premiação para startups; subvenção econômica para
empresas. É o instrumento mais utilizado no mundo para investimento de risco em
empresas, é a modalidade que a gente vem priorizando”, explicou.
A superintendente de
governança e Planejamento do Desenvolve São Paulo: O Banco do Empreendedor,
Gilmara Brancalion, afirmou que a inovação e a sustentabilidade econômica andam
juntas, e que por isso é preciso garantir que esses recursos cheguem onde são
necessários.
“Esse é o nosso grande desafio
hoje porque a Fintec, na última pesquisa, diz que um dos maiores impeditivos de
inovação, além do seu custo elevado, é o acesso ao financiamento”.
Recursos contínuos
O deputado Vitor Lippi
(PSDB-SP) destacou que para desenvolver ciência é preciso um fluxo contínuo
de recursos, e por isso a comissão está discutindo um sistema nacional de
fomento à inovação.
“Vai ser interessante a gente
colocar quem está financiando com quem tá usando o recurso e como é que integra
esse sistema de fomento com o nosso Fundo Nacional de Desenvolvimento de Ciência
e Tecnologia”.
Segundo pesquisa realizada
pela CNI, 88% das empresas afirmaram que inovaram na pandemia com ganhos de
produtividade, competitividade e lucro, mas por falta de setores responsáveis
pela inovação dentro das empresas muitas delas não conseguiram os recursos
disponíveis em linhas de crédito diferenciadas.
Reportagem - Karla Alessandra
Edição - Ana Chalub
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